Em clima de festa

Chico César mergulha no frevo e no forró em show que será apresentado hoje no projeto Música no Câmpus do Sesc e da UFG

Renato Queiroz

 

Depois de três anos se apresentando com quinteto de cordas em uma temporada quase solene, Chico César voltou sua verve criativa para o universo mais popular do frevo e do forró. Da experiência nasceu o disco Francisco Forró y Frevo, base do show festivo que o cantor e compositor apresenta hoje, às 20 horas, no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal, no Câmpus Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG). O show faz parte do projeto Música no Câmpus, da UFG e do Serviço Social do Comércio (Sesc Goiás).

Lançado em 2008, o disco é uma celebração das festas mais populares do Brasil e seus ritmos mais marcantes: o forró das festas juninas e o frevo do carnaval. As misturas de xote com reggae, frevo e arrasta-pé com ska transformaram o som do CD em algo universal. Composto por canções inéditas de Chico, o CD tem apenas uma regravação: a antiga marchinhaMarcha da Cueca, do também paraibano Livardo Alves (“Eu mato, eu mato quem roubou minha cueca pra fazer pano de prato...”).

A alegria e a luminosidade do disco são refletidas no palco. Uma mudança radical após o show mais introspectivo baseado no CD De Uns Tempos pra Cá, de 2006. Em entrevista ao POPULAR (veja abaixo), o artista contou que o objetivo maior do projeto foi tirar o frevo do ambiente sazonal e regional, onde normalmente está. Não haveria melhor companheiro para isso do que o forró. Os ritmos ganharam novas roupagens na mão criativa de Chico.

Coloco o frevo e o forró no meu ambiente. Não sou um compositor purista, não sou da geração que criou as bases desses estilos. Sou da geração que veio para reler esses sons ricos que surgiram no passado”, explicou. Em Goiânia, além das músicas do disco novo, Chico César promete releituras. Respeitem Meus Cabelos Brancos fica mais próximo do forró, enquanto Mama África vira uma espécie de frevo.

O artista deve também apresentar canções do recém-lançado DVD Aos Vivos Agora, que engloba todas as canções de seu primeiro álbum, intitulado Aos Vivos (1995), além de músicas que ele julgou necessário incluir. Na época, Chico César gravou ao vivo, de forma artesanal, sem quase nenhum dinheiro, em um show feito em São Paulo. O CD, sucesso na cena alternativa de São Paulo, acabou abrindo para o artista as portas do mercado fonográfico e os corações das cantoras (e cantores, ressalta ele), que passaram a disputar — nem sempre amigavelmente — as músicas do compositor emergente.

O músico Dani Black, filho de Arnaldo Black e Tetê Espíndola, participa do DVD tocando violão, guitarra e cantando, papéis que foram de Lenine e Lanny Gordin no disco. Sucessos como Mama África e À Primeira Vista fazem parte do repertório. Para a gravação do DVD, Chico manteve o mesmo clima do projeto original com um show bem intimista. Em Goiânia, Chico César mesclará esses dois trabalhos em um show que tem a companhia de Guegué Medeiros (bateria), Xisto Medeiros (contra baixo), Ricardo Prado (acordeon e samplers) e Zé Pitoco (percussão).

Evento: Projeto Música no Câmpus

Show: Chico César / Data: Hoje, às 20 horas / Local: Centro de Cultura e Eventos da UFG (Câmpus Samambaia, UFG) /Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)

Pagam meia: Estudantes, professores e técnicos administrativos da UFG, comerciários e dependentes do Sesc, micro-empresários e agentes do Sebrae; professores da Rede Pública de Ensino / Informações: 3521-1035