Doze entidades em greve param serviços

Servidores públicos federais organizam paralisação. População sem aulas, Hospital das Clínicas e fiscalização

WANESSA RODRIGUES
Em 10/08/2012, 00:43

No dia 23 de janeiro, cerca de 20 entidades federais em todo o País assinaram uma carta com endereçada ao Governo Federal exigindo melhorias em suas condições trabalhistas. As principais reivindicações foram a definição da data-base para o dia 1° de maio; implantação de política salarial permanente com reposição inflacionária; valorização do salário-base e incorporação das gratificações; implantação dos concursos públicos; e equiparidade entre ativos, aposentados e pensionistas. O ato era um aviso ao governo sobre um possível movimento grevista que começou a ocorrer a partir de junho e hoje atinge 450 mil servidores em todo o Brasil. Em Goiás, são doze entidades paralisadas, com grevistas estimados em 5 mil funcionários.

Ainda em janeiro, o governo estimou apresentar uma proposta a todas as categorias no dia 31 de julho, mas remarcou um dia antes para que o evento ocorresse entre os dias 13 e 17 de agosto. Em função da legislação orçamentária, reajustes no orçamento devem ser decretados até o dia 31 de agosto. Na ocasião da remarcação, o número de entidades signatárias da carta de reivindicações já chegava a 31. Com isso, serviços federais como a fiscalização e pesquisa, assim como a emissão de laudos, não estão sendo efetuados.

A paralisação de doze entidades federais, praticamente, deixa zerado os serviços da União em Goiás. Apenas duas entidades puderam negociar: os docentes e os técnico-administrativos das instituições de ensino federal. Sobre os primeiros, de suas quatro entidades representativas, apenas uma (a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior – Proifes) acatou o reajuste proposto, que varia de 25% a 40%. Os técnicos rejeitaram e continuam em greve. Isso faz com que alunos de instituições federais não tivessem seu segundo semestre recomeçado ainda.

Na Universidade Federal de Goiás (UFG), as matrículas dos alunos para este semestre, que deveria ter ocorrido na semana passada, foram remarcadas para os dias 14 e 15, mas correm o risco da data ser alterada novamente no caso de continuidade do movimento grevista. No entanto, o serviço que mais tem feito falta e chama a atenção dos goianos é o atendimento no Hospital das Clínicas, que pela primeira vez seus servidores aderiram à paralisação e cerca de 120 mil procedimentos deixaram de ser realizados na unidade de saúde. Mas, até em função da legislação, os atendimentos de urgência e emergência têm sido realizados, após triagem dos funcionários.

 

Fonte: O Hoje