Acaba greve de servidores administrativos da UFG

Professores decidem hoje se voltam ao trabalho. Paralisação começou em junhoTexto por Wanda Oliveira

Os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal de Goiás (UFG) voltaram aos trabalhos depois de 76 dias em greve. O fim da paralisação foi deliberado pela categoria ontem de manhã, após assembleia realizada na Faculdade de Educação, no Campus I. Os servidores aceitaram a proposta do governo federal, que prometeu reajuste de salário de 15,8%. Este percentual será divido em 5% a partir de janeiro de 2013 até 2015. 

A categoria também conseguiu extensão do incentivo à gratificação. O benefício será concedido àquele profissional que obter escolaridade superior ao que o cargo exige para o ingresso na carreira. Em Goiás, ao todo, 2,8 mil servidores na ativa voltaram aos trabalhos, inclusive os funcionários do Hospital das Clínicas (HC). Até então, somente os atendimentos de urgência e emergência estavam sendo realizados no hospital.

Segundo a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições de Ensino Superior do Estado de Goiás (SintIfes-GO), Fátima dos Reis, o acordo não foi o que a categoria esperava, mas eles conseguiram mais do que outros colegas, como os docentes. “No final de três anos vamos ter um percentual maior do que outras carreiras.”

Hoje, é a vez dos professores da UFG decidirem se voltam às salas de aula. A greve da categoria começou em 11 de junho e atingiu todos os campus da instituição no Estado. A assembleia acontece às 14h, na Faculdade de Educação, no Campus I. O governo federal propôs aos professores reajuste entre 20% e 45%. 

Das três federações que defendem os direitos da categoria no País, somente a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) aceitou a proposta do MEC. O parecer favorável foi assinado no dia 3 de agosto. O govermo federal já se posicionou dizendo que essa é a única proposta para por fim à greve, que já dura 77 dias. 

Aulas continuam suspensas em 52 universidades

O fim da greve na Universidade de Brasília (UnB) não interferiu na paralisação de outras instituições federais de ensino no País, segundo assegurou ontem a presidenta do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Marinalva Oliveira. De acordo com ela, embora os professores da UnB tenham decidido retomar as atividades, as aulas continuam suspensas em outras 52 universidades.

Na sexta-feira (24), os docentes da UnB decidiram, em assembleia, encerrar a paralisação. Uma semana antes, em outra assembleia, a categoria já havia votado pelo fim da greve, mas o resultado foi contestado. Os professores de algumas universidades, como a Federal do Ceará (UFC), a Federal de São Carlos (UFSCar) e a Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), já haviam decidido pelo fim do movimento na semana passada.

“Isso (o fim da greve na UnB) não interfere na conjuntura nacional. Vamos avaliar os rumos da greve nas novas assembleias que ocorrerão na quinta e na sexta-feira desta semana. Nesse momento, cada seção sindical vai avaliar como está a greve, se está intensa, se está difícil. Por enquanto, ela continua em 52 universidades”, destacou.

A proposta do governo, que prevê reajustes entre 25% e 40%, nos próximos três anos, e redução do número de níveis de carreira de 17 para 13, foi aceita pela Federação de Sindicatos de Professores de Instituições de Ensino Superior (Proifes). O Ministério da Educação reafirmou, por meio da assessoria de imprensa, que não haverá reabertura de negociações relativas à proposta salarial e de carreira docente apresentada pelo governo federal. Na sexta-feira (24), o MEC havia informado, em nota, que o orçamento da pasta já foi encaminhado ao Ministério do Planejamento, que por sua vez também informou  que as rodadas de negociação com os servidores públicos federais em greve foram encerradas no domingo. (Abr)