UFG abre novos cursos

Vestibular 2013/1 terá 5 mil vagas e cinco novas graduações. Seleção já atende nova Lei de Cotas do governo federalTexto por Cecília Preda

A Universidade Federal de Goiás (UFG) divulgou ontem o edital do vestibular de 2013. A principal novidade é que foi aprovada a criação de cinco novos cursos que serão oferecidos no 1º semestre do próximo ano e um curso para o processo seletivo do 2º semestre, com total de 340 novas vagas.

No processo seletivo 2013/1 serão disponibilizadas 5.001 vagas (1.000 para cotistas). A universidade ainda irá disponibilizar mais 1.139 vagas (227 para cotistas) pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que usa como critério de seleção apenas a nota obtida pelo candidato na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

A primeira etapa do vestibular será realizada no dia 13 de janeiro de 2013, e a segunda etapa acontecerá nos dias 3 e 4 de fevereiro do mesmo ano. As inscrições devem ser realizadas exclusivamente via internet, no site www.vestibular.ufg.br, no período de 23 de outubro a 8 de novembro de 2012. O valor da inscrição é de R$ 130.

 

graduações

Os cursos criados são: Engenharia Física (25 vagas), Física Médica (25 vagas), Relações Internacionais (40 vagas), bacharelado em Filosofia, no Câmpus de Goiás (50 vagas), Administração, também na Cidade de Goiás (40 vagas) e Administração Pública, na modalidade ensino à distância, vinculado ao Câmpus Catalão (160 vagas).

De acordo com a pró-reitora de Graduação da UFG, Sandramara Matias Chaves, com exceção do curso de Administração do Câmpus Cidade de Goiás, que foi criado com recursos do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), e do curso Administração Pública, que possui recursos do Ministério da Educação (MEC), todas as outras graduações foram criadas com recursos da própria universidade.

“Sabemos que a universidade tem uma responsabilidade social muito grande. É por meio da nossa instituição que muitos cidadãos têm a chance de se qualificar para o mercado de trabalho e para a sociedade”, ressalta a pró-reitora. Segundo ela, a criação desses cursos foi uma iniciativa das próprias unidades acadêmicas, que tinham o desejo de ampliar suas vagas e ofertar novos cursos para cumprir com o papel e a função social da UFG.

Sandramara esclarece que o curso em Administração Pública à distância está vinculado a Catalão, mas atenderá em quatro polos: Alto Paraíso de Goiás, Aparecida de Goiânia, Goianésia e São Simão. Para ela, o curso auxiliará o Estado a qualificar seus habitantes para atuar na gestão do País nas diversas áreas administrativas, principalmente no interior do Brasil. Durante o curso, os alunos aprenderão como executar planejamentos de políticas públicas e implementar programas de responsabilidade social.

O Câmpus da Cidade de Goiás, que já conta com os cursos de Direito, Serviço Social e licenciatura em Filosofia, agora irá implantar o bacharelado em Filosofia. Segundo Sandramara, a comunidade acadêmica da região percebeu que havia uma necessidade em complementar o campo de atuação dos profissionais da área de filosofia.

No bacharelado, os alunos podem atuar como pesquisadores. Assim, o filósofo poderá se dedicar a questionar e estudar com profundidade as grandes obras publicadas na área, além de poder trabalhar em comissões de ética, partidos políticos e Organizações Não Governamentais (ONGs).

Sobre o curso de Administração, Matias relata que a universidade deseja comtemplar estudantes de todo o País, mas principalmente os habitantes da região do Vale do Rio Vermelho. “O objetivo do diretor do Câmpus da Cidade de Goiás é que os professores dessa graduação estejam focados no campo sociocultural e na gestão pública do Vale do Rio Vermelho”, afirma.

O curso de Relações Internacionais será o único disponibilizado em uma faculdade pública no Estado. Atualmente, em Goiânia, a graduação é oferecida apenas na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (Puc-Goiás). Com o crescimento do mercado da balança comercial goiana, a UFG decidiu desenvolver a proposta de criação da graduação, levando em consideração três linhas: comércio exterior, política internacional, cooperação e internacionalização.

Os cursos de Física Médica e Engenharia Física são novidades no Estado. No curso de Física Medica, o aluno será preparado para atuar em procedimentos de imagem radiológica, para garantia da segurança da radiação, e ajudar na aplicação e desenvolvimento das técnicas de imagem. O profissional da área também poderá estabelecer os critérios para a correta aplicação dos recursos da medicina e contribuir para o desenvolvimento de técnicas terapêuticas.

Já os alunos que cursarem Engenharia Física irão aprender a trabalhar no desenvolvimento, fabricação e aplicação de dispositivos tecnológicos. Para Sandramara, o surgimento desses novos cursos em Goiás aconteceu devido à carência de profissionais na área. Para ela, a universidade vem para auxiliar o ingresso de profissionais qualificados em todas as áreas, principalmente na Medicina e na Engenharia.

 

Cotas

O edital publicado ontem adota também novas regras para o ingresso por meio de cotas. Entre as novidades, está a adoção do critério de renda e o aumento do percentual de vagas destinadas aos cotistas que se inscreverem por etnia.

Segundo a UFG, o sistema de preenchimento da reserva de cotas do vestibular 2013/1 acontecerá da seguinte forma: 20% das vagas serão destinadas para alunos de escola pública. Assim, 10% das vagas serão destinadas a alunos de escola pública que possuem renda média familiar menor ou igual a 1,5 salário mínimo. Destes, 56,68% serão destinados a negros, pardos e indígenas. O restante das vagas será destinada aos demais candidatos de escola pública.

Os outros 10% das vagas serão destinados para alunos de escola pública com renda per capita maior que 1,5 salário mínimo. Da mesma forma, 56,68% destas vagas são destinadas para negros, pardos ou indígenas e o restante, aos demais candidatos de escola pública. (Confira o box).

Segundo Matias, nos anos anteriores, o percentual para o grupo de alunos negros, pardos e indígenas era de 50% dentro da reserva de cotas, no entanto, a UFG optou por mudar esse valor para 56,68% (dado apontado pelo Instituto de Estatística e Geografia (IBGE) para representar a população de negros, pardos e indígenas no Estado).

Sandramara ressalta que a instituição também manterá o programa de inclusão, que disponibiliza 15 vagas do curso de Letras – Libras para candidatos surdos e mudos. Ela ainda informa que os indígenas podem concorrer no sistema de cotas ou ingressarem na universidade pelo UFG Inclui, que disponibiliza uma vaga adicional em cada curso para essa etnia, desde que o candidato indígena comprove que tenha estudado em escola pública.

A pró-reitora ainda esclarece que o candidato precisa se autodeclarar pertencente a uma das etnias (negro, pardo, indígena) e se responsabilizar pela veracidade de sua autodeclaração, estando sujeito às sanções cabíveis em caso de falsidade. Ela afirma que, para comprovar que o aluno estudou em escola pública, será preciso apresentar, no ato da matrícula, o diploma alegando que cursou os três anos do ensino médio em instituições públicas de ensino.

Empossados membros de Conselhos de Excelência de unidades de saúde

Acompanhado pelo secretário de Saúde, Antônio Faleiros, o governador Marconi Perillo empossou, ontem, os novos membros dos Conselhos de Excelência dos hospitais de Doenças Tropicais (HDT), Urgências de Goiânia (Hugo); Materno Infantil (HMI); Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa) e Central de Laudos (Fidi). O ex-prefeito Nion Albernaz e a chefe de Gabinete da SES, Lorena Dayrell, tornaram-se presidentes de todos os conselhos e serão responsáveis por fiscalizar e gerenciar cada um deles. O objetivo dos conselheiros será, segundo Faleiros, o de traçar políticas para a melhoria da saúde pública, fiscalizar as Organizações Sociais (OSs) e os hospitais estaduais, além de auxiliar no cumprimento das metas para a saúde.

O governador disse que as ações que estão sendo realizadas na pasta permanecerão, bem como a gestão dos hospitais continuará nas mãos das OSs, mas que o trabalho das organizações será acompanhado mais de perto pelo governo. Ele disse que tem percebido o empenho das OSs em prestar serviços de qualidade. “Acompanho permanentemente todo o esforço que está sendo feito pela equipe da saúde, comandada pelo secretário Antônio Faleiros, e presido a força-tarefa realizada pela saúde. Portanto, estou muito bem informado sobre os passos que estão sendo dados e os gargalos que ainda existem, e percebo a disposição dos que dirigem as OSs e os hospitais e a preocupação com a prestação de serviços de qualidade ao maior cliente nosso, que é o cidadão”, declarou.

Marconi afirmou que a escolha de Nion para presidente de honra dos conselhos foi a mais adequada, por se tratar de um homem experiente e muito preocupado com as questões da saúde. “Agradeço ao professor Nion Albernaz, que participa ativamente do nosso Conselho Político e nos dá excelentes opiniões sobre todas as áreas. É uma voz experiente, equilibrada e muito preocupada com os avanços da área da saúde. Quero agradecer também a todos que aceitaram o desafio de participar como conselheiros nesses Conselhos de Excelência”, disse.

O governador voltou a afirmar que o maior problema e desgaste de qualquer governo no País é a área da saúde, mas que, apesar das dificuldades, o governo do Estado tem se debruçado e se desdobrado em busca de soluções concretas.