TV aberta: turbilhão de baboseiras

Quem nasceu no final dos anos 80 e início dos 90 viveram uma infância memorável, especialmente no que diz respeito à programação de TV. Isso é fácil de ser percebido através de uma pesquisa na internet, onde podem ser encontrados vídeos e um farto material dedicados a relembrar os programas televisivos que marcaram aquela época. 
Bem diferente do passado, o que se vê hoje é um espaço cada vez menor para programas infantis de boa qualidade. O mais comum agora são apresentadores mirins que simplesmente anunciam desenhos, todos importados, reforçando costumes e produtos de outros países, além dos seriados americanos para o público adolescente.
A entrada da TV por assinatura no Brasil ampliou em muito a oferta de programação infantil, mas ao mesmo tempo reduziu as opções para as crianças que só contam com os canais abertos. 
Esse cenário demonstra que a preocupação com a formação da criança foi transferida para a TV paga. Para o publicitário Wagner Bezerra, especialista em educomunicação, é preciso entender a complexidade da relação didática entre a televisão e as crianças. “Não importa o formato ou a faixa etária indicativa, a verdade é que se o espectador atribui sentido a tudo o que vê, a televisão representa sempre uma ferramenta de educação”, ressalta. 
Se o programa que está passando na TV não é voltado para a criança, caso não tenha outra opção, ela vai assistir o que lhe oferecem. Na opinião de Bezerra, esse é o principal problema. “É muito mais caro para a sociedade formar jovens do sexo e da violência do que investir em uma televisão segmentada e que atenda a todos os públicos, de todas as idades.”
Para o publicitário, não dá para falar em educação midiática se não for possível oferecer a possibilidade de escolha. Ele explica que o conteúdo que chega ao telespectador, seja ele voltado para adultos ou crianças, contém abordagens específicas e linguagem que atenda aos interesses das emissoras e seus anunciantes. 
É fato que a televisão se torna uma babá eletrônica para muitos pequenos e ensiná-los a perceber essa intenção no conteúdo é o que, de fato, interessa a educadores. “Seria ideal se muitos professores se atentassem à importância desse processo de construção crítica”, alega, ressaltando ainda que a educação para a mídia deve ser tema constante por parte dos profissionais da área. “São aspectos discutidos por especialistas de outros países há um bom tempo”.
Para ele, ao invés de censurar o que a criança vê, o que é quase impossível com a internet, o caminho é desenvolver a consciência. “Já que esse jovem não tem muito controle do conteúdo, que ele saiba separar o lixo daquilo que é proveitoso. Que seja educado para a vida proativa”, aconselha.


Livro

Gramática

Nesta terça, 13, a professora aposentada da UFG Elísia Paixão de Campos lança o livro Por um Novo Ensino de Gra­má­tica – Orientações Didá­ticas e Sugestões de Atividades. Segundo a autora, a obra traz orientações que contribuem para ampliar a competência comunicativa do aluno por meio de um processo que favorece o desenvolvimento do raciocínio e garante o domínio consciente de estruturas básicas da língua. O lançamento será no Centro Cultural da UFG, na Praça Universitária.

Fonte: Tribuna do Planalto