Sobre Internet 4G

Tecnologia que começa a chegar ao Brasil promete velocidade 10 vezes mais rápida que a antecessora 3G, e pode competir até com internet fixa

Diário da Manhã
Loízia Paiva

Em 2007, a tecnologia 3G foi implementada no Brasil, agilizando a navegação via dispositivos móveis, e garantindo até a execução de downloads, jogos interativos e conferências. Agora, em 2013, a tecnologia 4G, que já é utilizada por milhões de pessoas na Europa e em países como Estados Unidos, Porto Rico e Uruguai, começa a chegar ao País e promete superar ainda mais as possibilidades móveis.

“A 4g é mais moderna, permite uma melhor conexão com a internet, aproximadamente dez vezes mais rápida, e mais conexões simultâneas”, explica o responsável pela área institucional de empresas da Oi do Estado de Goiás, Antônio Pereira Guimarães.

O engenheiro elétrico, servidor técnico administrativo da Universidade Federal de Goiás (UFG), que atua na área de telecomunicações e rede, Flávio Geraldo Rocha, diz que a tecnologia usada na transmissão 3G e 4G são diferentes. A primeira é HSPA, enquanto a nova é LTE ou Wimax, que na prática fornece conexão muito mais veloz.

A Claro concorda e garante que seus clientes terão mais velocidade e qualidade de internet, rodando em aparelhos, como modems, smartphones e tablets, mais modernos: “Em termos técnicos, os dados na rede 3G no Brasil trafegam até 7Mbps com a tecnologia HSPA. Em sua evolução, o HSPA+, a velocidade pode chegar até 21Mbps. Já a tecnologia 4G permite atingir a velocidade de até 100Mbps. Além disso, 4G tem uma frequência de 40Mhz, o dobro de frequência de outras tecnologias disponíveis no mercado.”

A alta capacidade de transmissão de dados vai possibilitar que fotos, vídeos, áudio e texto sejam transmitidos com maior facilidade. Flávio Rocha acredita que com isso a tecnologia 4G chegará a competir com a internet fixa. “O cabo é sempre melhor do que o ar, sem fio, mas se com a 3G muitos já trocam a internet cabeada, com a 4G, que vai ter a velocidade bem maior, aliada à mobilidade, vai competir sim”.

Já Antônio Pereira Guimarães diz que tudo depende do perfil do consumidor. “Cada pessoa tem um objetivo diferente com o seu aparelho eletrônico, tem pessoas que querem usar o seu celular apenas para conversar”, ressalta, dizendo que para alguns, a chegada da tecnologia pode trazer muitos benefícios, enquanto para outros, nem tanto.

Mas de acordo com o engenheiro elétrico, as ligações também podem sofrer mudanças positivas. “Se você tem largura de banda maior, que a 4G tem, você consegue alocar mais usuários ao mesmo tempo, impedindo o congestionamento e a qualidade ruim nestes momentos, como no Natal e Ano Novo.”

TEMPO

De acordo com edital da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), as operadas de telefonia têm até abril deste ano para proporcionar a tecnologia 4G nos principais pontos de uso de Fortaleza, Recife, Salvador, Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, cidades sede da Copa das Confederações.

A Claro saiu na frente, assim como na implantação da 3G, e já começou a prestar serviços em 4G. “A Claro foi a primeira a lançar o 4G no Brasil, em dezembro de 2012. Recife (PE) foi a capital escolhida pela operadora para o lançamento. Além de Recife, as cidades do circuito de experiências - Campos do Jordão (SP), Paraty e Búzios (RJ) – que já realizavam testes exaustivos de qualidade, também começaram a comercializar a nova tecnologia”, declarou a empresa.

A próxima data estabelecida pela Anatel é até 31 de dezembro de 2013, quando todas as cidades sedes e subsedes da Copa do Mundo deverão ter cobertura. Depois em maio de 2014, as cidades com mais de 500 mil habitantes, e os municípios com até 100 mil habitantes, até 31 de dezembro de 2016.

Portanto, a expectativa é que a Capital goiana tenha o serviço até maio do próximo ano. “Não temos previsão específica para Goiânia”, afirma Antônio Guimarães. A Claro informou que também segue as datas de implantação da Anatel. A TIM já investe na implantação da tecnologia da 4G e informa está cumprindo o cronograma do edital da Anatel.

INVESTIMENTO

Hoje, os dois padrões que competem pelo mercado de 4G são o WIMAX, com a versão 802.16M, e o LTE Advanced (Long Term evolution). No Brasil, a tecnologia utilizada será a LTE, na frequência de 2,5 GHz, que tem como principal característica as altas taxas na transmissão de dados, que pode chegar a até 100 Mpbs de downloads, enquanto o 3G faz apenas 1 Mbps.

Essa faixa de frequência exige até cinco vezes mais antenas do que a rede antecessora, 3G, assim será necessário muito investimento em infraestrutura. “Para nós o tempo de implantação é demorado, mas nas empresas está uma correria grande, por conta dos altos investimentos e mudança de infraestrutura”, reflete o engenheiro elétrico.

O Ministério das Comunicações junto com o governo e a Anatel, com o intuito de reduzir os custos na implementação, concederam um desconto na taxa anual paga a Anatel às operadoras que compartilharem as torres de transmissão.

A TIM conta que após o investimento inicial, já deu os passos seguintes. “Após investir cerca de R$ 400 milhões na compra do lote na banda “V1” e seis lotes na banda “P” no leilão das faixas de frequência para o 4G, promovido pela Anatel, a TIM assinou contrato com Ericsson, Huawei e Nokia Siemens para prover sua infraestrutura para a tecnologia Long Term Evolution (LTE).”

“A operadora acredita que a tecnologia LTE terá um longo período de convívio com os serviços de telefonia móvel de Terceira Geração. Por isso, continuará investindo na ampliação das coberturas de todas as suas redes (2G e 3G) para democratizar cada vez mais o uso da voz e dados, com os seus planos e serviços inovadores”, declara.

RECLAMAÇÕES

A assessora geral do Órgão de Proteção e Defesa ao Consumidor (Procon-GO), Rosânia Nunes, informa que do primeiro dia deste ano até o último dia 24, 400 atendimentos em relação à internet 3G foram efetuados.

A assessora espera que com a efetivação da nova tecnologia, o número de atendimentos sobre esta questão seja reduzido, mas teme que no período de transição, haja mais reclamações ainda, já que todo processo de modificação, passa por fase ruim até a sua consolidação.