As 7 maravilhas de Goiânia

Bons tempos aqueles quando Goiânia era considerada a “Capital Caçula” do Brasil. Prestes a ser uma octogenária, é senhora de muitas peças que são joias encrustadas em seu dorso e as quais são orgulho de todos nós. 

Na verdade, considero-me um dos ufanistas da nossa cidade, ainda mais que aqui aportei para sempre aos 11 anos de idade, no ano do Batismo Cultural de Goiânia, em 1942.

Daqueles dias aos de hoje, passei a acompanhar a sua evolução e o afloramento constante de suas grandezas. 

Bem, falei da minha longa parceria com a cidade fundada por Pedro Ludovico Teixeira para que os leitores me vejam credenciado a listar as 7 Maravilhas de Goiânia. Ei-las: 

Museu Ornitológico de Goiânia

O Museu Ornitológico de Goiânia, localizado à Av. Pará, em Campinas, é uma maravilha da cidade! 

Alí o professor José Hidasí, à frente da fundação que leva o seu nome, mantém o museu ornitológico que é um assombro para o estrangeiro e pouco conhecido pelos próprios goianos. 

Não obstante as dificuldades, o museu vem cumprindo o seu papel verdadeiramente didático, instruindo principalmente os jovens sobre o valor da preservação do meio ambiente. Mais de 10 mil espécimes da fauna nacional e mundial estão ali, cientificamente embalsamas e catalogadas, desde o jacaré fêmeo Jacira (com cerca de 6 metros de cumprimento) ao minúsculo beija-flor amazônico, de 2 centímetros. 

  

 

Parque Ecológico Altamiro de Moura Pacheco

Grande reserva ecológica, cujos quase 900 alqueires foram vendidos pelo próprio Altamiro de Moura Pacheco desde que houvesse ali, no futuro, uma reserva ecológica sob os auspícios do Estado. A área, todos sabem, foi cedida por preço simbólico, um grande legado concedido a Goiás no governo de Iris Rezende Machado.  A Academia Goiana de Letras e a Associação Goiana de Imprensa, entidades das quais Altamiro era membro, tiveram relevância positiva na transação entre o Estado e o mesmo. Nessa reserva nasce o rio João Leite que forma a barragem do mesmo nome e que estará saciando a sede dos goianienses pelos próximos 25 anos. 

OVG – Organização das Voluntárias de Goiás

A OVG nasceu em 1947 por inspiração de dona Ambrosina Coimbra Bueno, então primeira-dama no governo de Jerônimo Coimbra Bueno. Registra-se o fato de que todas as primeiras- damas que a sucederam dirigiram a instituição de forma eficiente. 

Na atualidade, sob a direção da primeira-dama do Estado, Valéria Jaime Peixoto Perillo, a OVG atua com programas que contribuem para a inclusão e proteção social e minimização das desigualdades sociais, em parceria com o governo do Estado. Ganha destaque o Programa Bolsa Universitária, criado em 1999, que já contemplou quase 126 mil estudantes de baixa renda.

A OVG é também mantenedora do Restaurante Cidadão, um manto benévolo que proporciona alimentação saudável e balanceada diariamente a milhares de pessoas, mormente estudantes e operários, nas sete unidades sendo duas em Goiânia, uma em Aparecida de Goiânia e uma em Anápolis, além de duas em Luziânia e outra em Rio Verde, essas três últimas em parceria com as prefeituras, ao preço simbólico de R$1,00.

Desenvolve também as Campanhas Natal - na Praça Pedro Ludovico Teixeira -, quando dezenas de milhares de pessoas comemoram, de fato, o Natal, vez que muitas crianças são brindadas com presentes (de boa qualidade), para a alegria das mesmas e dos seus progenitores, e Goiás sem Frio que tem como finalidade a distribuição de milhares de cobertores para entidades sociais e famílias de baixa renda.

O pêndulo de ação da OVG, atinge também o CRER – Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo, que recupera a saúde de pacientes acometidos portadores de deficiência física ou auditiva. Em 10 anos de existência, o CRER já atendeu mais de meio milhão de pacientes. 

Palácio Pedro Ludovico Teixeira

Planejado e tendo sua edificação iniciada no governo de Mauro Borges Teixeira, visando abrigar todas as secretarias e autarquias públicas, vimos nascer o Centro Administrativo de Goiás em 1961. Mas, com o advento da Revolução de 31 de março, o Centro Administrativo, exatamente por ter sido concebido por Mauro Borges, foi paralisado. No governo de Leonino Di Ramos Caiado a construção do Centro Administrativo teve sequência, bem como na administração de Irapuan Costa Júnior. 

No governo de Marconi Perillo a obra terminou de fato, tendo sido oficializado o nome de Palácio Pedro Ludovico Teixeira. Nesse ínterim foi construído o auditório Mauro Borges Teixeira, dedicado a eventos, em homenagem ao idealizador do monarca dos edifícios (públicos ou não) existentes em Goiás. São 10 andares ocupados por secretarias e autarquias. Nele, funcionam ainda instituições bancárias, além de uma unidade de Vapt-Vupt.

Lago das Rosas

O Lago das Rosas foi inaugurado ao tempo em que Pedro Ludovico Teixeira era interventor em Goiás e o prefeito de Goiânia era o engenheiro Eurico Viana. Foi o ponto convergente de muitos eventos desportivos, culturais e sociais de Goiânia. Até hoje as arvores frondosas, sombras de suas árvores,a brisa fresca e a visão bucólica do lugar trazem bem estar aos seusfrequentadores. Quando se fala em Lago das Rosas vem na memória o Zoológico de Goiânia, instalado no mesmo complexo, com animais de cento e noventa e três espécimes entre aves, mamíferos e repteis.

O local abriga ainda, para o gáudio de todos nós, a Rádio Universitária da UFG, criada em 1962, que, além de divulgar as atrações do local, dissemina pelos céus tudo que é de melhor, em civismo, cultura e artes, na radiofonia em Goiás. 

Fama – Fraternidade e Assistência a Menores Aprendizes

Mantida pela Loja Maçônica Liberdade e União, foi criada em 1949, com o objetivo de oferecer atendimento a crianças e adolescentes em risco social. Surgiu como Fundação Abrigo de Menores Abandonados, passando em 1969 para a denominação de Fundação de Assistência a Menores Aprendizes, por exigência do presidente Jânio Quadros que condiciona a mudança do nome da entidade como condição para que o governo ajudasse com a doação de uma gráfica. Mudado o nome, Jânio Quadros cumpriu a palavra e mandou para Goiânia um grande caminhão com a gráfica pleiteada pela diretoria da entidade junto ao Palácio do Planalto (moderna para a época) e até uma certa quantidade de papel. O saudoso maçon Getúlio Varanda era o presidente da Fama e fez da gráfica uma fonte de renda para a entidade que abriga ainda em nossos dias notadamente crianças que ali aprendem uma profissão, sob a égide de mestres dedicados e competentes. A entidade dirige também o Cemitério Jardim das Palmeiras, além de ter dado  nome ao bairro Fama, onde se situam as avenidas Bernardo Sayão e Marechal Cândido Rondon.

Em 1996, definiu-se pelo título atual – Fraternidade e Assistência a Menores Aprendizes - Fama.

Mutirama

Entre as avenidas Independência, Araguaia e do Contorno encontra-se o Mutirama, concebido quando Iris Rezende era prefeito, o qual não pode inaugurá-lo por ter sido cassado pelo regime militar. Abriga vários brinquedos e o Parque dos Dinossauros, com réplicas de animais pré-históricos. Em suas instalações, está também o colossal planetário que pertence à Universidade Federal de Goiás.

O Mutirama está passando por uma arrojada reforma, recentemente, ganhando novos brinquedos e injetando mais alegria e diversão na vida do goianiense.  

O prefeito Paulo Garcia  anunciou a construção de um túnel na Avenida Araguaia e uma plataforma sobre a Marginal Botafogo, ligando o Mutirama ao Parque Botafogo, na Vila Nova. 

O Parque Botafogo é considerado um pulmão ecológico de Goiânia.  Em 1989, estava totalmente degradado e recebeu uma injeção de vida quando o grupo Amigos da Natureza, capitaneado por Iracema Dantas e Jorge Moreira, plantou 1000 mudas de espécies nativas, chamando a atenção das autoridades para esse importante espaço de lazer e sociabilidade, hoje com caminhos, bancos e lago, pista de cooper e de bicicross, boxes, campo de futebol, arquibancada, quadra polivalente e de peteca. Local onde tem jogos de futebol todos os finais de semana, congregando pessoas, seja para torcer por um time, ou mesmo para encontrar amigos e usufruir um tempo de lazer.

(Walter Menezes, ex-presidente e conselheiro permanente  da AGI – Associação Goiana de Imprensa e diretor do Jornal da Cultura Goiana)

Fonte: Diário da Manhã