Cantora Tulipa Ruiz se orgulha de comparação com Gal: 'Sou muito fã'

Ela é atração desta terça-feira (14) no Festival Bananada, em Goiânia.
Filha de goiano, artista apresentará músicas do novo álbum 'Tudo tanto'.

 

A cantora Tulipa Ruiz é a principal atração desta terça-feira (14) no Música Consciente, projeto integrante da 15ª edição do Festival Bananada, em Goiânia.  Em meio a uma passagem de som e outra, a dona da voz doce e potente que tem encantado fãs no Brasil e no mundo falou ao G1, por telefone, e se disse feliz com a constante comparação com Gal Costa: “É uma grande influência na minha vida. Sou muito Fã”.

Tulipa subirá ao palco no Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás (UFG), na Praça Universitária, às 21h. “Êfemera”, o disco de estreia da cantora paulista foi bastante premiado em 2010. Em seu segundo show na capital, ela apresenta ao público as canções do seu novo álbum, "Tudo tanto".  Filha do guitarrista goiano Luiz Chagas, ela conta que o pai, criado na capital paulista, espera conhecer melhor a cidade natal.

Uma das principais revelações da nova geração da MPB, a cantora diz que adora tocar em festivais roqueiros: "Tenho uma banda de rock. Tenho dois guitarristas muito venenosos. A sonoridade pode ser considerada MPB, mas também pode ser rock".

Confira abaixo os principais trechos da entrevista:

Você costuma dizer que quis inventar o próprio gênero, o Pop Florestal. Como é isso? Você ainda classifica sua música assim?
Isso foi no Efêmera [primeiro álbum]. Quando a gente foi cadastrar o álbum, precisava definir o gênero e a gente ficou naquela se era Pop, Rock, MPB. Então, foi uma brincadeira com essa necessidade de ter que enquadrar a música em um gênero. Por eu ter crescido em São Lourenço, no sul de Minas, é também uma alusão à mistura de música do mato e música da cidade. O último disco da Vanessa da Mata é classificado como Pop Florestal.

Como é, para você, ser comparada a Gal Costa?
Para mim é uma comparação muito feliz. Ela é uma grande influência na minha vida. Os discos dela estão entre os primeiros que ouvi e eu cresci escutando as músicas dela. Sou muito fã.

Já teve a oportunidade de cantar com a Gal?
Ainda não cantei. Mas vamos cantar na mesma noite no Festival de Montreux, na Suíça.

Você e o seu irmão, Gustavo Ruiz, e artistas como Céu, Tiê, Marcelo Jeneci, são considerados a nova geração da MPB. O que caracteriza essa nova geração?
Uma das grandes características é o diálogo com outras gerações. Na minha equipe, a faixa etária varia de 23 a 60 anos [um dos guitarristas é o pai da cantora, Luiz Chagas, de 60 anos]. Eu vejo que nas equipes dos meus amigos não é diferente.

Em sua opinião, essa nova geração chega a ser um movimento?
Eu gosto de trocar a palavra movimento por momento. A gente vive um momento de encontro, onde os músicos são parecidos, as equipes são parecidas. A gente se encontra e toca junto. Mas não encaro como movimento, porque ninguém se reuniu para discutir uma estética ou um discurso. Só vai dar para saber do que ficou disso daqui uns 20 anos.

Você toca com frequência em outros países. Como é a receptividade do público lá fora?
É muito bacana. A gente já foi algumas vezes para a Europa, tocou no Japão e em alguns países da América Latina. A gente teve a sorte de uma música minha [Efêmera] entrar num game, o Fifa 11. Isso ampliou o acesso à minha música lá fora.  Quando eu chego para tocar, as pessoas vão porque conhecem a música. É muito legal sair do país fazendo música.

Você é uma das principais atrações em um evento que se consagrou pelo rock alternativo. O que acha dessa mistura estilos? Qual a sua relação com rock?
Eu acho que tenho uma banda de rock. Tenho dois guitarristas muito venenosos. A sonoridade pode ser considerada MPB, mas também pode ser rock. A prova disso é que eu toco bastante em festivais [como SWU e Rock in Rio]. Gosto muito de tocar em festivais. A leitura do gênero varia de acordo com quem está te ouvindo. Quando a gente sai do Brasil, por exemplo, vira World Music. O gênero acaba sendo mutante.

O que preparou para o show de Goiânia?
Vou tocar pela primeira vez meu disco novo, o "Tudo tanto". Sou filha de goiano. Meu pai nasceu em Goiânia e ele está muito feliz de tocar na cidade natal dele. Ele nasceu aqui, mas cresceu em São Paulo, capital. Ele voltou pela primeira vez quando a gente tocou aqui, em 2011. Da primeira, não deu para conhecer muito, mas a gente espera conhecer mais a cidade agora.

Fonte: O Popular