Estudantes marcam novo protesto

Mesmo após sofrerem represálias e ataques de homens da Polícia Militar (PM), estudantes das principais universidades do Estado organizam, ainda para esta semana, o quinto protesto contra o aumento da tarifa de ônibus, em menos de 10 dias. A manifestação será, no Setor Universitário, Região Leste de Goiânia, e a expectativa é de que tenha adesão de participantes do 53º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), que começou ontem e vai ser realizado até domingo na capital.

As informações da próxima manifestação foram antecipadas pelo estudante do 9 período de Direito da Universidade Federal de Goiás (UFG) Roniery Rodrigues Machado, um dos representantes da Frente de Luta contra o Aumento da Tarifa. Esse movimento foi criado logo depois de a Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC) aprovar o reajuste da passagem de R$ 2,70 para R$ 3 e, desde então, mobiliza inúmeros estudantes de diversos cursos, principalmente da UFG, da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), com o apoio de centros e diretórios acadêmicos.

O protesto na região do Terminal da Praça da Bíblia foi marcado pelo maior tumulto, até o momento, conforme publicou O POPULAR na edição de ontem. Apesar de a polícia ter apreendido armas e garrafas de coquetel molotov, Roniery diz que a Frente sempre se organiza para que os protestos ocorram de maneira pacífica. Segundo ele, o movimento não apoia páginas na internet que estimulam os manifestantes a agirem com violência e, conforme ressalta, os estudantes apenas reagiram à “truculência policial” (leia entrevista).

Professor da rede pública de ensino e estudante de Letras, Eduardo Santos também participa das manifestações e acredita que é legítimo o direito da população protestar contra o aumento da tarifa. Ele frisa que os estudantes não praticam atos de vandalismo, mas, reforça, apenas não querem se submeter aos interesses dos empresários e à omissão do poder público.

Eduardo também diz que viu vários colegas feridos por tiros de borracha ou bombas de gás lacrimogênio. O estudante conta que os manifestantes apenas reagiram à ação da polícia. “Muita gente que nem estava no protesto também foi agredida. Há muito abuso por parte da polícia”, lamenta.