Seu nome é Baby Consuelo do Brasil

O guitarrista Pedro Baby, 35 anos, um dos filhos da cantora Baby do Brasil e do também guitarrista Pepeu Gomes, conversava com Gal Costa em certa ocasião durante a turnê da artista, Recanto. Mãe de Gabriel, de 10 anos, Gal confidenciou ao interlocutor que um sonho dela era, um dia, poder estar ao lado do filho no palco. Pedro guardou a confidência como um recado.

Quando se aproximava a data do aniversário de 60 anos de Baby, em julho do ano passado, ele sentiu que era o momento de fazer uma proposta à mãe, como presente de aniversário. Nascia assim o show Baby Sucessos, em que mãe e filho sobem ao palco juntos e que será apresentado hoje, a partir das 20h30, no Centro de Cultura e Eventos da UFG, no Projeto Música no Câmpus.

Há 13 anos envolvida com o mercado musical gospel – pelo qual optou ao se tornar evangélica –, Baby precisou de tempo para pensar na proposta do filho. Demorou, entre jejuns e orações, segundo ela, mas se decidiu. Voltaria, sim, aos palcos, rememorando canções do tempo em que mantinha o foco do trabalho na vida secular, como os evangélicos costumam denominar as atividades fora do seu campo religioso.

Com um projeto musical acurado, em trabalho minucioso de Pedro nos arranjos, Baby Sucessos estreou no final do ano passado com boa aceitação entre público e crítica. E ela voltou até a brincar com o nome Consuelo – cunhado por Moraes Moreira no tempo dos Novos Baianos e descartado depois, segundo ela, após um “pedido” divino –, autodenominando-se Baby Consuelo do Brasil.

Levando-se em conta que a faceta Consuelo não deve continuar a ser mostrada por muito tempo pela cantora, pelo menos segundo seus planos atuais, esta é uma excelente oportunidade para rever ou conhecer o trabalho da artista que fez história na música brasileira. Canções que entraram para a memória coletiva brasileira,como Tudo Azul (Sem Pecado e sem Juízo), Todo Dia Era Dia de Índio, Telúrica, Cósmica e Um Auê Com Você são revisitadas como novos arranjos e com reinterpretação proporcionada pela maturidade de Baby. Menino do Rio, que para muitas gerações soou como uma versão masculina da Garota de Ipanema de Tom Jobim, também está lá.

Vai, Baby

Voltar a cantar músicas de outros tempos foi uma decisão negociada por Baby. Com Deus, segundo ela. Nos shows, ela gosta de contar a seguinte história: ao receber o convite do filho, perguntou a Deus: “Devo?” A resposta foi curta e certeira: “Vai, Baby.” . Boa parte do repertório que Baby e Pedro selecionaram, então, emergiu da fase mais produtiva da carreira solo dela, entre 1978, quando ela deixou os Novos Baianos, e o ano de 1985, quando já esperava o filho mais novo, Kriptus Baby, hoje com 29 anos.

Na banda liderada por Pedro Baby, sempre em primeiro plano ao lado da mãe (em algumas ocasiões ele assume o microfone), a cantora e compositora é acompanhada de oito músicos, entre eles dois percussionistas, dois instrumentistas de sopro, baterista, baixista, guitarrista e tecladista. Em cena, ela surge com o figurino preto-punk característico, corpo em forma, cabelos roxos, muitos adereços e bastante personalidade. Graças a Deus.

Show: Baby Sucessos, com Baby do Brasil e Pedro Baby

Data: Hoje, às 20 horas

Local: Centro de Cultura e Eventos da UFG (Câmpus Samambaia, ao lado do Conjunto Itatiaia)

Ingresso: R$ 20 (inteira)

Informações: 3221-0600 (Sesc) e 3521-1329 (Proec UFG)