Luta por transporte ainda é foco

Movimento que organizou protesto tentou focar manifestação na pauta sobre transporte

A Frente de Lutas Goiás apresentou ontem mais reivindicações que dizem respeito ao sistema de transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia. O grupo marchou pelo Centro de Goiânia exibindo os escudos produzidos na véspera, cobrando a revisão do contrato com as empresas de ônibus e o ressarcimento por meio da tarifa zero pelas duas semanas em que vigorou o aumento da tarifa, que passou de R$ 2,70 para R$3 nesse período.

Movimento social que tomou a iniciativa de protestar contra o reajuste da passagem, a Frente de Lutas Goiás também reclamou por uma vaga destinada à “participação popular” na Câmara Deliberativa de Transporte Coletivo (CDTC) e a publicidade das reuniões e planilhas de custos e lucros das empresas.

Devido a vastidão de demandas e pessoas que aderiram ao protesto de ontem, o grupo teve dificuldades de manter a unidade da manifestação. A todo o momento os membros da Frente de Lutas tentavam convencer os manifestantes a ficarem posicionados atrás dos escudos preparados pela organização da passeata. Para isso, eles usavam megafones e a própria garganta.

Esses escudos traziam mensagem sobre a recusa do grupo em aceitar o aumento da passagem de ônibus. Só que o público queria mais. Vários membros do grupo tiveram que responder manifestantes que perguntavam o porque de não tocarem em outros pontos, como: corrupção, gastos com a Copa do Mundo, educação, saúde, PEC 37 e o caso Carlinhos Cachoeira.

“É muito genérico protestar contra corrupção ou impunidade. Nós temos reivindicações concretas e conseguimos uma delas: a redução da passagem de ônibus. Além disso, a convocação foi para um protesto para tratar de transporte coletivo”, disse um dos membros da Frente de Lutas. A página do grupo no Facebook teve mais de 70 mil pessoas que apoiaram o evento, mas na própria internet era possível verificar que a manifestação extrapolou o controle do grupo. Mesmo com a pauta definida, atrás da Frente de Lutas podia-se ouvir toda sorte de reivindicações, contrariando a proposta definida em suas reuniões.

A mobilização da Frente de Lutas começou no início da tarde de ontem. Houve concentração de manifestantes na Universidade Federal de Goiás (UFG), no Instituto Federal de Goiás (IFG), no Instituto Educação de Goiás (IEG) e em escolas secundaristas. A reportagem acompanhou o grupo desde a UFG. Por volta das 15 horas eles ainda terminavam a confecção de cartazes. Meia hora depois, se reuniram no pátio da Faculdade de Letras da instituição e organizaram a saída rumo à Praça do Bandeirante.

Os estudantes seguiram de ônibus, pulando as catracas ou entrando pelas portas dos fundos. Eles gritavam: “o motorista é nosso amigo, o seu patrão que é o inimigo”. Quando chegaram ao Centro da capital, o ponto de encontro marcado por eles estava tomado por manifestantes que reivindicavam todo o tipo de demanda.

Eles organizaram os escudos e desceram a Avenida Goiás até a Paranaíba. Depois subiram a Tocantins até alcançar a Praça Cívica, onde havia grande concentração de manifestantes. Nesse momento o grupo dispersou. Alguns foram para a Praça Universitária e outros caminharam pelas Avenidas 84, 87 e 85 e retornando para a frente do Palácio Pedro Ludovico Teixeira. O grupo não entrou em confronto com policiais. Sempre que posicionavam seus escudos nos cruzamentos de ruas, recebiam o apoio dos motoristas parados.

Fonte: O Popular