Grupo Plenluno encena peça de MolIère

Malandragem e amores proibidos numa época em que o casamento por conveniência era uma constante. Esta é a tônica do espetáculo As Artimanhas de Scapino, que o Grupo Plenluno Teatro encena hoje e amanhã, na Praça Universitária, às 16 horas. A peça é uma livre adaptação da comédia de Molière (1622-1673) Les Fourberies de Scapin, de 1671. A obra do autor francês tem um texto referenciado pela Comedia dell´arte.

As Artimanhas de Scapino, dirigida por Newton Armani, gira em torno de Otávio e Leandro, que são apaixonados, respectivamente, por Jacinta e Zerbineta. As duas moças são de origem humilde, enquanto os homens pertencem a famílias ricas e poderosas. Argante e Gerôncio, pais dos rapazes, desejam que os filhos se casem com mulheres ricas para ampliar as fortunas das famílias. O mote para o riso é proporcionado pelos empregados Silvestre e Scapino.

Cansados do mau humor e das imposições dos patrões, os empregados decidem ajudar os casais apaixonados em troca de alguns vinténs. Scapino leva o público às gargalhadas ao idealizar estratagemas inesperados e colocar em pânico o ingênuo Silvestre. A composição dos tipos é fruto de pesquisa e traz máscaras e outras caracterizações baseadas em feições de animais.

Grupo

O Grupo Plenluno surgiu em 2007, em Goiânia, criado pelos atores Jonathan Sena e Aline Mendes. O primeiro espetáculo da trupe, cujos outros dois atores são Jackson Douglas e Izabele Leonora, foi Os Artistas Saltimbancos. O quarteto é formado em Artes Cênicas pela UFG e realiza há um ano apresentações na Fnac aos sábados, sempre às 17 horas. O grupo encena peças de teatro infantil, normalmente um conto que une circo, dança e teatro.

As Artimanhas de Scapino foi montado com recursos do Prêmio Funarte, na categoria Teatro de Rua. Outro projeto aprovado, com data de estreia prevista para setembro, é Catadores Recicláveis, uma parceria entre o Plenluno e o Solos de Baco, da UFG, com direção de Natássia Garcia. Essa peça discute a relação da sociedade com os catadores de papel.

Espetáculo: As Artimanhas de Scapino, com o Grupo Plenluno de Teatro

Data: Hoje e amanhã, às 16 horas

Local: Praça Universitária

Entrada franca

Entrevista/Jonathan Sena

“A peça é para todas as idades”

Leia a seguir a entrevista que Jonathan Sena, ator e fundador do Grupo Plenluno, concedeu ao POPULAR sobre o trabalho da companhia e sobre a nova montagem do grupo, As Aventuras de Scapino, adaptação da comédia de Molière.

29 de junho de 2013 (sábado)

O que foi priorizado nessa adaptação, que traz temas comuns e ainda atuais?

Uma das características do nosso grupo é trabalhar com várias linguagens cênicas. Durante a peça, o público vê música ao vivo, acrobacias e elementos circenses, além de coreografias de dança. Um diferencial é que o espetáculo é interativo e tem contato e participação da plateia no palco. O espetáculo tem 1h15. A peça é para todas as idades.

 

Como é o figurino?

O figurino é de Patrick Mendes e Hubo Mor, que mergulharam na Comedia dell´arte. Eles resgataram roupas e acessórios, dando uma repaginada para não ficar algo datado. O figurino traz também elementos retirados de ritmos como gafieira, bolero, que também referenciaram as coreografias.

 

Por que escolheram apresentar ao ar livre essa peça de Molière?

Na verdade Molière retrata traços da Commedia dell’arte, que era algo realizado em feiras e ruas. Por isso foi tranquilo trazer isso de volta para a rua. A ideia é movimentar palcos abertos da cidade, com públicos que não têm acesso normalmente ao teatro convencional. Por isso escolhemos nos apresentar nos principais parques e praças da cidade.

 

As malandragens da peça podem ser o famoso jeitinho brasileiro...

Sim. O principal personagem é o malandro Scapino, e toda a trama gira em torno das malandragens dele, para tentar sobreviver, como ocorre nos dias de hoje. Outro foco da trama é a dupla de casais que quer ficar junto, mas os pais são contra o casamento deles com pessoas pobres. O Scapino cria artimanhas para enganar os “velhos” e juntar os pombinhos.

Fonte: O Popular