Negociação emperrada com a Eletrobras

Após seguidos anos de prejuízo e sem quitar diversos encargos do setor elétrico, a Celg foi impedida de promover reajustes nas tarifas pela Aneel desde 2006, conforme prevê a legislação do setor, resultando num rombo médio anual de R$ 300 milhões e a impossibilidade de investimentos. Em 2011, a Eletrobras assinou protocolo de intenções com a Celg D pelo qual seriam transferidos 51% do capital e o controle da empresa para a estatal federal.
Em seguida, o governo de Goiás recebeu R$ 3,3 bilhões de um total de R$ 3,52 bilhões de um financiamento da Caixa Econômica Federal para pagar parte das dívidas da Celg D, dentro do acordo de gestão compartilhada e transferência de controle da companhia para a Eletrobras.
Depois de negociar todas as dívidas com o setor elétrico, após seis anos, a Celg conseguiu fazer um reajuste médio de 13,05% em julho de 2012, correspondente a ajustes daquele período. Em setembro do mesmo ano, foi aplicado outro reajuste de 12,5%, relativo a correção de 2011 a 2012.
Em 2012, a Eletrobras assumiu o controle da Celg, através de uma gestão compartilhada. Mas o acordo para o controle acionário com a Eletrobras ainda não foi fechado, pois a estatal e o governo de Goiás discutem que valor será pago pelo repasse das ações. É que o cálculo feito pela Deloitte, contratada pela Eletrobras, encontrou um valor presente líquido (VPL) de R$ 580 milhões.
Já a conta feita pela Universidade Federal de Goiás (UFG), encomendada pelo governo goiano, indicou um VPL de R$ 6 bilhões. O acordo só poderia ser fechado se a diferença fosse menor que 10%. Agora, a Celg-Par e a Eletrobras vão realizar um processo licitatório para contratar uma terceira consultoria independente para fazer a análise financeira.
Quando a situação for finalmente definida, a expectativa é que a Celg consiga buscar recursos no mercado para fazer os investimentos necessários.

Fonte: O Popular