Insetos comilões ao invés de comestíveis

Em Goiás, os insetos ainda não são comida. Ao contrário, eles têm consumido a comida disponível na produção agrícola. Apesar de ainda não estrelarem em pratos principais na Capital goianiense, são protagonistas dos dramas rurais dos últimos meses. A lagarta Helicoverpa armigera não discrimina nenhuma cultura e tem dado dor de cabeça para os agricultores de Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Bahia, Piauí, Maranhão, Rio Grande do Sul e São Paulo. De acordo com dados da Universidade Federal de Goiás (UFG), os prejuízos já atingiram a faixa de R$ 2 bilhões.

Altamente agressiva e destrutiva, com grande mobilidade, alta capacidade de reprodução e ampla gama de hospedeiros, a Helicoverpa armigera era, até então, praga quarentenária no País. Isso significa que, mesmo estando sob controle permanente, a lagarta ainda constituía uma preocupação à economia agrícola brasileira. A variedade de hospedeiros dificulta muito o controle da praga e o que o setor agrícola temia aconteceu: as safras de 2013 foram tomadas pela lagarta.

PREOCUPAÇÕES

Preocupado com o alastramento da praga, o governo federal publicou dia 22 de abril, no Diário Oficial da União (DOU), medidas emergenciais de controle da lagarta. A Instrução Normativa (IN), produzida pela Secretaria de Defesa do Ministério da Agricultura, estabelece que os órgãos estaduais e distritais de Defesa Agropecuária adotem ações como: uso de cultivares (variedades da mesma espécie) que limitem ou eliminem as populações da lagarta para impedir o avanço da praga na próxima safra; sejam respeitadas as épocas da semeadura, restrição de cultivos subsequentes e o vazio sanitário (deixar o solo sem cultivo com períodos livres de hospedeiros).

Em Goiás, não houve vazio sanitário para a Helicoverpa, segundo a assessora da diretoria de pesquisa da Emater, Cláudia Barbosa Pimenta. “Estava sendo feito vazio sanitário para o DF e Minas Gerais, mas para mosca branca e não para Helicoverpa. Ainda não foi realizado o vazio voltado para a contenção da lagarta”, informa.

SOLUÇÃO 

Órgãos estaduais e federais buscam soluções para o prejuízo causado pela lagarta. O Diário da Manhã questionou a possibilidade de inserir a Helicoverpa armigera como mais um cardápio para entomofagia. As profissionais da Emater, Cláudia Barbosa Pimenta e Janete Alves Soares da Rocha responderam o questionamento da reportagem. Ambas afirmaram não ter conhecimento sobre o inseto ser comestível, entretanto elas concordaram que seria uma boa solução para o problema. (Com informações da UFG)

Fonte: Diário da Manhã