Rodovia com cenário de avenida

Um vaivém incessante de veículos de carga ou passeio. Essa é a realidade do trecho urbano da BR-153, que liga Goiânia a Aparecida de Goiânia. Tamanha é a intensidade do movimento que a rodovia federal parece uma avenida. O tráfego intenso, gerado também pela concentração de grandes empreendimentos às margens da BR, coloca o trecho como o mais perigoso em Goiás. Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), de janeiro a outubro deste ano, foram 2.108 acidentes, com 110 mortes.

A via atualmente é utilizada mais como eixo da região metropolitana do que como ligação Norte e Sul do País. Os 10 quilômetros de maior movimento está localizado entre o viaduto da GO-020 até a Biscoitos Mabel, em Aparecida de Goiânia. Para tentar desafogar o trânsito e diminuir o risco de acidentes, um projeto prevê a criação de um desvio do trecho urbano da BR-153 em Goiânia e Aparecida.

A obra de desvio, segundo o secretário de Infraestrutura de Aparecida de Goiânia, Afonso Boaventura, está sendo ajustada junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit). A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do órgão federal para buscar informações referentes a esse projeto, mas não obteve resposta.

Afonso considera a ideia um pouco distante do imediatismo que a prefeitura necessita. “Por isso, o prefeito fez uma parceria com a Companhia Andina de Fomento, para a construção de dois eixos estruturantes no município”, disse Afonso. Um deles, já em fase inicial de construção, vai ligar a região leste da cidade de norte a sul. “O NS01, como é chamado, deve sair da Avenida Bela Vista, passar pelo Jardim dos Buritis, Chácara São Pedro e finalizar na Avenida Santana.”

O secretário detalhou ainda que a necessidade da construção dessa via se deu, também, devido à chegada do novo aeroporto de Goiânia, do Centro de Referência e Excelência em Dependência Química (Credeq) e da unidade da Universidade Federal de Goiás (UFG). “Sem essa alternativa a rodovia ficaria ainda mais movimentada.”

O investimento no eixo de 13 quilômetros é da ordem de R$ 70 milhões, que devem ser executados com o prazo máximo de cinco anos. No entanto, a previsão da prefeitura é de que as obras sejam concluídas ano que vem. Com a construção da Norte/Sul na cidade, o secretário acredita que a BR-153 terá o fluxo de veículos reduzidos. “Pegará o trecho apenas veículos pesados e que estão de passagem”, ressaltou.

Boaventura avalia que Aparecida de Goiânia teve um crescimento desordenado e, por isso, é uma cidade descompacta e mal interligada. “As interligações da cidade de uma maneira geral não tem uma continuidade, por exemplo, do Bairro Itapuã para chegar ao Garavello é preciso dar um volta grande.” Ele acredita que a BR ao longo dos anos foi uma parede que dividiu o município. “A região leste sempre foi isolada de Aparecida por causa disso. Todo acesso a região está pela BR-153. O local ficou muito movimento, com tráfego de Avenida”, destacou.

Na última quinta-feira (31), uma equipe da secretaria de Infraestrutura de Aparecido, se reuniu no Dnit, para apresentar a intenção de construção de novos viadutos. A necessidade de pelo menos 11 passarelas foi demonstrada, mas de acordo com Afonso, seis delas já foram liberadas pelo órgão.

No trecho mais movimentado, por exemplo, são apenas quatro passarelas. Na região dos motéis, onde também há muitas pessoas tentando atravessar a rodovia em locais inapropriados, não existe nenhuma passarela disponível. Nesse quilômetro foram instaladas apenas lombadas eletrônicas que controlam a velocidade dos veículos, mas mesmo assim, não há segurança na travessia e o os atropelamentos acontecem com frequência.