Paixão pela natureza

Artista plástica Geni Alexandria abre hoje mostra no Museu Antropológico da UFG com ilustrações e fotografias de plantas do Cerrado. É a primeira vez que ela expõe em Goiás

Rogério Borges 11 de dezembro de 2013 (quarta-feira)
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Wunderlichia mirabilis: planta do Cerrado retratada pela artista Geni Alexandria

Uma artista plástica formada em veterinária e que descobriu uma paixão incondicional no mundo da botânica. Parece estranho? Nem tanto. Geni Alexandria, que abre hoje a mostra Ilustrar o Cerrado, no Museu Antropológico da UFG (Praça Universitária), mostra que áreas tão distintas podem, sim, estar unidas, desde que algo maior as vincule. “Eu amo a natureza”, avisa. Pronto, eis aí o elo que dá liga a todas essas junções.

Doze anos atrás, já uma médica veterinária formada, ela descobriu que algo mais a atraía. “Eu e meu marido sempre gostamos do contato com a natureza. Estávamos sempre andando por fazendas. Foi quando decidimos iniciar uma coleção de palmeiras.” Aquilo que parecia um mero hobby foi se tornando maior e mais importante na vida de ambos. “Hoje nossa coleção já conta com quase 900 espécies de palmeiras.”

O interesse pelas plantas estava, literalmente, semeado, mas apareceu algo que foi além. “Eu comecei a fotografar as plantas para registrar suas características. Depois de algum tempo, me disseram que eu deveria, na verdade, ilustrar as plantas, desenhá-las para que nenhum detalhe ficasse de fora.” A arte, então, passou a ganhar terreno na equação.

“Eu conversei com o artista plástico e professor Tai e ele me ensinou muitas técnicas de aquarela. Passei, então, a pintar as plantas.” Por mais estranho que pareça, Geni, que cuida tão bem das palmeiras, direcionou seus pincéis para outras espécies. “Eu só pinto plantas do Cerrado. É um trabalho que realizo com vistas à educação, sobretudo de jovens e crianças, e à preservação do meio ambiente. Acho que, ao fazer esse registro, dou a minha contribuição.”

Segundo Geni, os ambientes escolares já mostraram ser bastante receptivos ao seu trabalho. “Há grande interesse dos alunos. Eles sempre perguntam a respeito.” A mostra no Museu Antropológico, porém, é a primeira vez que a artista plástica expõe no Estado e também em uma instituição de ensino superior. “Já realizei mostras no Centro Cultural dos Correios, no Rio de Janeiro, e até em um congresso de botânica, que ocorreu em São Paulo.”

Prêmio

Essa visão especial sobre as plantas já rendeu frutos à artista plástica. Geni ganhou, em 2007, apenas um ano após dominar a técnica da aquarela, um prêmio da Fundação Margaret Mee, da Sociedade Botânica do Brasil e da Escola Nacional de Botânica Tropical, dentro do concurso Ilustração Botânica Philip Jenkins, sendo vencedora na categoria Cores.

Geni também é autora do livro Ilustrando o Cerrado, lançado em 2009 dentro da programação do Festival Internacional de Vídeo e Cinema Ambiental (Fica) daquele ano. A mostra Ilustrar o Cerrado integra o projeto Ocupe o Museu, que leva aos espaços do Museu Antropológico eventos e debates que tenham como tema assuntos de grande relevância para a sociedade.

No caso da exposição que começa hoje, a importância da preservação do bioma Cerrado é evidenciada. A mostra conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Goiás e do Centro de Estudos Brasileiros da UFG. Ilustrar o Cerrado fica em cartaz até o dia 27 de junho do ano que vem.

Exposição: Ilustrar o Cerrado (individual de aquarelas e fotografias de Geni Alexandria)

Data: De hoje a 27 de junho (visitação entre as 9h e as 17h)

Local: Museu Antropológico da UFG (Praça Universitária, Setor Universitário)

Entrada franca

Fonte: O Popular