Circuito de Arte

Exposição mostra trabalhos de ganhadores do Prêmio Sesi, Arte e Criatividade

Emilly Miranda

O Serviço Social da Indústria (Sesi) inaugura a exposição coletiva da 21ª edição do Prêmio Arte Criatividade hoje, às 19h30, no foyer do Teatro. A mostra, que contempla os artistas vencedores nas categorias Artes Plásticas (pintura, desenho e escultura), comunidade e trabalhadores da indústria, deve ficar em cartaz até 28 de março.

De acordo com Divino Sobral, artista plástico, crítico de arte e curador do concurso Arte Criatividade, esta é uma ação desenvolvida há mais de duas décadas pelo Sesi, que pretende estimular e dar espaço aos criadores que estão na base do circuito de arte. “Trata-se de uma espécie de salão de arte destinado aos que se iniciam em suas primeiras aventuras, aos artistas que desenvolvem há anos suas produções, ainda que alheios ao mercado, e as instituições, bem como aos trabalhadores da indústria que produzem trabalhos artísticos”, diz Sobral.

A seleção dos trabalhos foi realizada por Divino Sobral, Carlos Sena Passos (diretor do Centro Cultural UFG) e Edney Antunes (artista plástico). Eles levaram em consideração a diversidade de tendências exercitadas pelos artistas inscritos, mantendo na exposição um olhar pluralista. Segundo Divino, foram priorizados os trabalhos que prezam pela qualidade técnica da execução, pelo modo poético de abordar os temas e pela pesquisa de meios e de materiais.

Premiados

Mais de 300 pessoas concorreram às categorias Artes Plásticas (Pintura, Escultura, Desenho) e Literatura (Conto, Crônicas e Poesia) do Prêmio Arte Criatividade, edição 2013. A coletiva reúne pinturas, desenhos e esculturas de Mari Souza, Natália Mastrela, Rossanna Jardim, Emília Simon, Lourdes de Deus, André Arantes, Marcelo Henrique e Sílvio Pio X, Yasmin Hermano, dentre outros.

Um dos ganhadores do Prêmio Sesi Arte e Criatividade foi o artista plástico e gari Carlos Manoel dos Santos, 48 anos, natural de Goiânia. Em entrevista ao DMRevista, ele nos contou um pouco sobre sua vida, como surgiu a paixão pela arte, ainda na infância, e, também, sobre as influências culturais e como surge a inspiração na hora de criar suas obras.

O artista goiano é revelação no gênero de pintura primitiva ou naif (é, em termos gerais, a arte que é produzida por artistas sem preparação acadêmica na arte que executam). Manoel é autodidata, mas teve acesso à arte há muitos anos, quando ainda era modelo vivo na Faculdade de Artes Plásticas da Universidade Federal de Goiás (UFG). “Eu prestava atenção em todos os detalhes, no manuseio dos pincéis e telas, e em geral no trabalho dos professores da instituição, quando eu participava dessas aulas de pintura”, diz Manoel Santos.

Segundo Manoel, o tempo que trabalhou na UFG, aproveitou para aprender um pouco sobre arte com os professores da instituição. “Essa foi a melhor escolha que eu fiz, porque pude estar do lado de pintores como Cléber Gouveia, Maria Guilhermina e Maria Veiga”. Ele ainda disse que sua inspiração na hora de criar suas obras vem de Antonio Poteiro, que é considerado um dos mestres da pintura primitiva brasileira.

Quando perguntamos sobre a premiação que ele recebeu do Sesi, Manoel disse: “foi uma surpresa, porque eu já havia participado de outros concursos e não esperava ganhar este prêmio, pois a bancada de júri era formada por pintores contemporâneos. Foi uma emoção muito grande e uma surpresa realmente”.