Arte e criatividade

Artistas ganhadores do 21º concurso de artes plásticas do Sesi realizam mostra coletiva

Erika Lettry 04 de fevereiro de 2014 (terça-feira)

Os artistas plásticos Rossana Jardim (acima) e Manoel Santos (obra ao lado) foram selecionados entre as mais de 300 pessoas que concorreram na 21ª edição do concurso Sesi Arte e Criatividade

Os artistas que foram premiados na 21ª edição do concurso Sesi Arte e Criatividade expõem suas obras a partir de hoje no foyer do Teatro Sesi, com vernissage marcado para as 19h30. Das mais de 300 pessoas que concorreram ao prêmio, 17 saíram vencedoras. A mostra fica em cartaz até 28 de março e revela trabalhos nas categorias pintura, desenho e escultura, divididas em comunidade e trabalhadores da indústria.

Dentre os nomes selecionados estão Mari Souza, Natália Mastrela, Rossanna Jardim, Emília Simon, Lourdes de Deus e Manoel Santos, André Arantes, Acrop, Marcelo Henrique e Sílvio Pio X, Yasmin Hermano e Eduardo, além dos premiados Salvador, André Luís, Germano, Art Jonas e Caíque.

Um dos curadores do prêmio, o artista plástico e crítico de arte Divino Sobral destacou como critérios de seleção a qualidade técnica e abordagem poética das obras. Alguns dos nomes já foram premiados em várias outras edições do concurso, como é o caso de Salvador, que angariou o primeiro lugar na categoria pintura de trabalhadores da indústria.

Salvador, que trabalha como marceneiro, participa da coletiva com o quadro O Dia a Dia do Cidadão. “Ele faz pinturas ingênuas com grande qualidade técnica. É muito autêntico ao mostrar a cultura popular”, ressalta Divino Sobral.

Ganhador do primeiro lugar na categoria desenho com a obra Ato 4, André Arantes, de 40 anos, afirma que é um privilégio ter sido escolhido entre tantos nomes. “Me dá a sensação de estar no caminho certo. Goiás é forte nas artes visuais, a ponto de se destacar em nível nacional, e por isso o prêmio tem muito significado para mim”, comemora.

Com 40 anos - 10 deles vividos no Rio de Janeiro, onde estudou Designer Gráfico logo após a Faculdade de Artes Visuais em Goiás -, André Arantes apresenta dois desenhos figurativos em nanquim. “São árvores retorcidas do Cerrado, com muitas linhas. Meu trabalho é 95% figurativo, com uma pegada surrealista inspirada em Dalí e René Magritte”, explica.

Arte primitiva

Na categoria arte primitiva, direcionada à comunidade, dois nomes reconhecidos foram selecionados. Lourdes de Deus, que é mulher de Waldomiro de Deus e tem uma carreira consolidada nas artes plásticas, expõe Carniça Milionária, enquanto Manoel Santos mostra A Super Vaca.

“O Manuel Santos é um artista que está há mais de 20 anos ativo e ganha a vida como gari. Ele faz uma pintura com o imaginário dos animais. Tem uma linha de contorno espessa, uma cor acesa, e usa muita referência de histórias em quadrinhos”, descreve Sobral.

Outro artista de destaque na coletiva é Caíque, de Itumbiara, que é trabalhador dos Correios. Divino Sobral lembra que ele é premiado não apenas com suas esculturas, mas é também um artista múltiplo que chama a atenção pela literatura. Na coletiva ele mostra a escultura Ostracismo, premiada com o segundo lugar.

Esta é a primeira vez que o Sesi faz uma exposição mais extensa dos premiados, com duração superior a um mês. Antes os trabalhos eram apresentados por apenas um dia, em um espaço cenográfico criado especificamente para a premiação. “Mexemos um pouco no conceito, agora que há um novo espaço no Teatro Sesi”, explica o crítico de arte. Além de Divino Sobral, a curodoria leva as assinaturas do diretor do Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás (UFG), Carlos Sena Passos e do artista plástico Edney Antunes.