Goiânia reduz infestação em 70%

Índice caiu drasticamente em relação a 2013. Ações da prefeitura continuarão em bairros onde ainda há focos detectados

Enviado em 05/02/2014 às 22h39

Helmiton Prateado

Goiânia conseguiu reduzir a infestação de mosquitos da dengue e o número de casos da doença em relação a janeiro do ano passado. Dados da Secretaria Municipal de Saúde indicam que os registros dos agentes de endemias deram 2/3 a menos do que janeiro de 2013.

A diretora de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, destacou que este ano a situação está mais tranquila. “Estamos com, aproximadamente, 70% a menos no número de casos de dengue em relação a 2013, o que não quer dizer que a situação está sob controle. Nós temos um clima que está um pouco diferente, com menos chuvas no mês de fevereiro e isso, com certeza, contribuiu para a redução.”

Dentre os pontos positivos observados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) está a resposta da população em vários bairros e a realização da Frente de Trabalho Ampliada, em conjunto com outras secretarias da Prefeitura de Goiânia. “Em alguns bairros das regiões noroeste e oeste, a redução de infestação foi muito significativa, o que nos mostra que os moradores tem tomado conta das suas casas e dos seus quintais”, afirmou a diretora.

No entanto, outros bairros apresentam índices muito altos, como Vila Nova, Campinas, região Central e condomínios horizontais, especialmente os da região leste, como Alphaville e Jardins. Os casos podem estar relacionados com a estrutura física das residências, que favorecem a proliferação do mosquito. No caso dos condomínios, o grande número de piscinas sem utilização, ou com a quantidade inadequada de cloro na água, aumenta o número de larvas.

“A utilização de cloro mata o mosquito. Muitas pessoas acham que a condição de limpeza da piscina, sem matéria orgânica, sem sujeira, garante que ali não vai haver mosquito da dengue, mas isso é um engano, pois o mosquito tem preferência por água limpa. A piscina deve ter um tratamento semanal adequado para evitar que o mosquito se prolifere”, lembrou Flúvia Amorim.

Gastos

Um estudo preliminar feito em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) verificou que, apenas com o controle da dengue, são gastos cerca de R$ 8 milhões por ano, sem levar em consideração medicamentos, internação e profissionais de saúde que fazem assistência. Inseticidas e larvicidas também estão fora deste valor, pois são fornecidos pelo Ministério da Saúde.

Flúvia Amorim destacou que muitos municípios do interior do Estado não notificam todos os casos. “A partir do momento em que o município passa a ter casos de dengue, é necessário que seja feito todo um planejamento não só no período de epidemia, mas também no decorrer de todo ano.” Goiânia possui um Plano de Contingência, que contempla desde ações de prevenção até o atendimento nas unidades de saúde.

Toda a rede de profissionais médicos, enfermeiros e biomédicos foi capacitada e a prefeitura se preparou com a compra de insumos e medicamentos para um possível aumento do número de casos, abastecendo todas as unidades com os materiais necessários para uma possível epidemia.

Ações

permanentes

O fumacê, desde quando foi introduzido nas ações de combate ao vetor, tem uma função específica, segundo a diretora. “Ele mata o mosquito adulto. Quando o fumacê passa pelas ruas da cidade, é necessário que as pessoas abram as janelas e as portas das casas. O mosquito fica perto de onde as pessoas estão, pois a fêmea precisa do sangue para fazer sua proliferação.”

Além do que, se a pessoa não eliminar o criadouro que está dentro de casa, com prazo de 10 a 15 dias após a passagem do fumacê, seré encontrada a mesma, ou uma quantidade maior de mosquitos, pois o foco ainda permanece no local. O ovo pode aguardar até 365 dias por água. Caso a fêmea já esteja infectada com o vírus da dengue, o ovo estará infectado e o mosquito já nasce infectado.

“O combate à dengue é uma luta difícil, mas eu sou muito esperançosa. Temos locais no mundo em que algumas ações surtiram efeito. A principal ação é a mudança de comportamento. As pessoas precisam incorporar no seu dia a dia que qualquer recipiente que acumule água por mais de 10 dias pode se tornar um criadouro e nós precisamos estar atentos a isso”, completou Flúvia Amorim.

Fonte: Diário da Manhã