Em casa, com amigos

08 de fevereiro de 2014 (sábado)

Ricardo Rafael

 

O gestor de finanças Rafael Paixão, 37 anos, outro membro ativo do Goiânia $urreal, afirma que os aumentos em bares em Goiânia foram tão grandes que ele precisou mudar de comportamento nas saídas com a mulher e os amigos. “Antes, de quatro saídas por semana, três eram em bares e uma na casa de alguém. Essa proporção se inverteu hoje”, conta.

“Uma cerveja de 4 reais no supermercado fica a 10 reais no bar. Um crepe simples sai a 39 reais. Acho que os comerciantes aproveitaram para aumentar a margem de lucro. O que está havendo hoje é ganância”, opina.

Os restaurantes também são foco. Entre as especialidades que mais aparecem nas reclamações da Goiânia $urreal, estão as de comida oriental, pizzaria ou casas de massa. “Um restaurante de comida japonesa perto da minha casa está cobrando 75 reais o quilo. No ano passado era 64 reais. Em seis meses foi um aumento de mais de 15%. É de assustar”, reclama a publicitária Ana Carolina Motta, 27 anos. O economista e professor da UFG Everton Rosa diz que o aumentos relatados ao POPULAR estão muito acima da inflação anual, hoje em torno de 6%.

Colocando em números, o especialista defende que um reajuste de 40% nos preços, por exemplo, não encontra justificativa no aumento de custo. “A desculpa do aumento de custos está muito batida. Isso não é verdade. O empresário pode ter, inclusive, o aumento de custo, mas não fazer aumento no preço final. Isso tem a ver com demanda.”

De acordo com o raciocínio do economista, continua valendo a boa e velha relação de oferta e demanda. Se a demanda é maior, os preços sobem. “Os empresários testam. Se sobem o preço e as pessoas continuam pagando, os valores continuam altos.”

Fonte: O Popular