Lideranças se mostram otimistas

Pré-candidatos ao governo do Estado recebem bem os números da pesquisa de Rio Verde e dizem esperar crescimento nos próximos meses

 Sáb, 22 de Fevereiro de 2014 18:59
    João Victor Guedes - Repórter de Política

 
A pesquisa Tribuna do Planalto / Grupom, divulgada na última edição e que mostrou as intenções de votos a governador e presidente na cidade de Rio Verde, movimentou as lideranças partidárias na região sudoeste do Estado. O resultado gerou discussões dentro e fora dos partidos. Os pré-candidatos ao Palácio das Esme­ral­das que analisaram a pesquisa receberam os números de forma otimista e como uma forma de impulsionar o trabalho no município.

Para o empresário Júnior do Friboi, pré-candidato ao governo pelo PMDB, os índices foram “satisfatórios” já que, segundo ele, o momento é de pré-campanha e nenhuma ação tinha sido realizada na cidade. O partido realizou um encontro regional no domingo, 22, mas a pesquisa foi realizada no início do mês.

“Isso demonstra que a repercussão do giro por dezenas de cidades tem sido altamente positiva. Acredito que os índices irão crescer à medida que a proposta de alternância de poder, defendida pelo PMDB e partidos aliados, alcançar um número maior de goianos em todo o Estado,” defende.


O ex-governador Iris Rezende (PMDB), que apesar de não se colocar como pré-candidato é opção para o partido, recebeu a pesquisa com surpresa. “Fico lisonjeado. Até porque  há  quanto tempo não me manifesto publicamente, seja pela imprensa ou pessoalmente. E nem declarei em mo­mento algum que sou candidato”,  declarou Iris Rezende através de nota  enviada por meio de  sua assessoria de imprensa.


Iris ainda emendou. “Rece­bo o resultado da pesquisa com emoção por ser lembrado por uma parcela significativa da população de Rio Verde. Vejo com respeito as pré-candidaturas anunciadas no PMDB e mantenho a expectativa de que o partido escolha um candidato que corresponda a expectativa da população e do Estado”.


O ex-prefeito de Senador Canedo, Vanderlan Cardoso (PSB), vê o crescimento de sua candidatura na região e acredita que ainda há espaço para maior investida no município. “Pelo cenário atual, já vi que houve uma progressão. Esta­mos trabalhando com uma agen­da mais intensa no su­does­te e há tendência de crescimento nas próximas pesquisas”, diz Cardoso.


A assessoria de imprensa do governador Marconi Perillo (PSDB) afirmou que o governador não vai  comentar o resultado da pesquisa  porque o chefe do executivo estadual não se lançou candidato à reeleição e que está preocupado com a ad­ministração de Goiás.  A reportagem entrou em contato com a equipe do prefeito de A­ná­polis Antônio Gomide (PT), mas, até o fechamento desta e­di­ção, nenhum returno foi repassado.

Otimismo
Entre as lideranças de Rio Verde, o cenário é de otimismo. O deputado federal Heuler Crunivel (PSD) acredita que os moradores da cidade começaram a reconhecer o trabalho de Marconi Perillo no município neste terceiro mandato do governador. “A aprovação vai melhorar ainda mais”, almeja. Como pontos favoráveis ao pré-candidato na cidade, o deputado cita uma série de obras do governo estadual que estão em andamento em Rio Verde, como a conclusão da reforma da GO-333, o Anel Viário, além de uma parceria com a prefeitura que asfaltou alguns bairros da cidade e de distritos próximos.


Heuler Cruvinel aposta que o governador está preparado para concorrer com os dois, em­bora o tucano apareça atrás de Iris Rezende. “Iris está na fren­te porque é o principal no­me da oposição. Acreditamos que esse cenário possa mudar e iremos trabalhar para isso”, declara.


Outro otimista com os resultados da pesquisa é o deputado estadual Karlos Cabral (PT), que representa Rio Verde na As­sembleia Le­gislativa. Ao comentar os nú­meros do prefeito de A­ná­polis, Antônio Gomide, Cabral reforçou que a campanha de Go­mi­de se iniciou agora. “Ficamos surpreendidos com esse indicativo. Faz pouco tem­po que co­meçamos a campanha dele”, defende. “A única vez que o pre­feito de Anápolis esteve na região sudoeste do Estado foi no último dia 15 durante um en­contro regional do PT”, ressalta.


Segundo o deputado, essas reuniões serão intensificadas pelo partido nesta semana com a presença do pré-candidato. Karlos Cabral não esconde que o petista precisa se tornar mais conhecido. “Ele é o nome que o partido escolheu para disputar essas eleições pela atuação que ele tem em Anápolis”, explica. Para o deputado, a oposição estará unida, já que o adversário é o mesmo: Marconi Perillo.


Mas essa união não precisa ser necessariamente no primeiro turno. O PT está disposto a confirmar o nome de Antônio Gomide ao governo do Estado, principalmente se o candidato do PMDB for Júnior do Friboi. Assim, a união com o PMDB, pelo menos para esta parte da oposição, poderá ficar para o segundo turno. O resultado está previsto para sair no dia 29 de março, quando os delegados do partido definirão o caminho do PT nas eleições de outubro.

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Números
A pesquisa Tribuna do Planalto / Grupom mostrou na semana passada que o ex-governador Iris Rezende tem vantagem em relação ao governador Marconi Perillo nas intenções de voto para o governo do Estado em Rio Verde. Iris lidera o cenário um da pesquisa com 39,2% contra os seus adversários na campanha de 2010. Marconi Perillo tem 33,8% das intenções de voto nesse cenário, na segunda colocação, e lidera as outras duas simulações sem Iris.


Em todos os cenários apresentados, o pré-candidato do PSB, o empresário Van­derlan Cardoso, aparece na terceira colocação. Depen­dendo dos concorrentes, as intenções de voto variam de 10 a 14,5%. O prefeito de Anápolis e pré-candidato do PT ao governo, An­tônio Gomide, aparece na quinta colocação com 6,4% da preferência do eleitor de Rio Verde.


A pesquisa Tribuna do Pla­nalto / Grupom ouviu 408 eleitores de Rio Verde entre os dias 30 de janeiro e 6 de fevereiro de 2014. A margem de erro é de 4,8 pontos porcentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral (GO-00009/2014) no dia 11 de fevereiro.

Cientista política vê naturalidade no resultado

De acordo com a cientista política e professora de Ciên­cias Sociais da Univer­sidade Federal de Goiás (UFG), Deni­se Paiva, o resultado deve ser vis­to com naturalidade. De acordo com ela, Iris Rezende e Marconi Perillo têm o maior número de intenções de votos por serem os dois candidatos mais conhecidos. “José Batista Júnior e Antônio Gomide estão  iniciando  a carreira política em todo Estado  somente  agora. Eles devem se tornar mais conhecidos  ao longo da campanha”, defende.


Para a professora, o cidadão não está preocupado com eleições neste momento. A própria Copa do Mundo e a distância do pleito influenciam nas decisões. Ao se aproximar do dia do voto, defende Denise, o eleitor vai criando uma identidade com o momento e passa a se  intei­rar  mais com a política. Isso sig­nifica que os números podem mudar.


Ex-deputado estadual por dois mandatos pelo PMDB, Wagner Guimarães, informou que o partido deve lançar um nome para concorrer ao governo do Estado e não poderá ceder às pressões do PT. Este nome, para Wagner, é o do ex-governador Iris Rezende. “Iris é o melhor nome e a pesquisa mostrou isso”, declara.


Wagner não esconde que prefere Iris a Júnior do Friboi. “Se o nome de José Batista Júnior for lançado como candidato eu sou capaz de colocar meu nome e concorrer com ele, mesmo que eu tenha apenas o meu voto”, informou o ex-deputado em um claro tom de descontentamento com os rumos que o partido tem tomado.


A dúvida entre Junior e Iris continua causando atritos internamente no partido. Júnior tem o apoio da grande maioria de parlamentares e prefeitos do partido. O problema do empresário é que ele entrou no partido via executiva nacional, o que causou atritos com o grupo do ex-governador Iris Rezende. Além disso, nos últimos meses Friboi deu declarações ofensivas em relação ao PT, o que espantou o partido e o fez lançar o nome de Gomide como pré-candidato.


Outro detalhe é que Júnior é desconhecido do eleitorado. Nunca disputou eleições para qualquer cargo. Seus apoiadores têm muito que correr para alavancar sua popularidade. “Não é porque o companheiro é partidário que ele é bom. Política é coisa séria, e Júnior não está empolgado”, alfineta Wagner Guimarães, citando o resultado da pesquisa em Rio Verde. (J.V.G.)

Fonte: Tribuna do Planalto