UFG a um passo de aderir ao Sisu

Andréia Bahia 13 de maio de 2014 (terça-feira)

A Universidade Federal de Goiás (UFG) deverá mesmo aderir integralmente ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que utiliza exclusivamente a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como porta de entrada. A Câmara de Graduação, composta pelos coordenadores dos programas de pós-graduação, aprovou a adesão ao sistema em reunião realizada ontem à tarde. Atualmente, 50% das vagas já são preenchidas pelo Sisu, o restante pelo vestibular tradicional.

A decisão final sairá na sexta-feira, quando o Conselho de Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura (Cepec) – órgão de supervisão da universidade formado por representantes dos estudantes, professores e técnicos, além de diretores das unidades acadêmicas, pró-reitores e o reitor – se reúne para deliberar sobre a adesão. Se for confirmada, será o fim do vestibular, medida que, aprovada, vale para a seleção de 2015.

O assunto vem sendo discutido desde o ano passado, quando foram apresentados à comunidade acadêmica os resultados de universidades que aderiram ao modelo de seleção defendido pelo Ministério da Educação (MEC). A última reunião para debater o tema ocorreu na segunda-feira da semana passada e trouxe a Goiânia os professores Miguel Franklin de Castro e Custódio Luís Silva de Almeida da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Eles apresentaram dados sobre a realidade da UFC, que aderiu integralmente ao Sisu há cinco anos. Da UFG participaram Wagner Wilson Furtado, presidente do Centro de Seleção; Eliane Stacciarini, coordenadora pedagógica do Centro de Seleção, e Valquíria da Rocha Santos Veloso, diretora do Centro de Gestão Acadêmica.

Confusão

O sistema de seleção já é adotado por 21 universidades federais, 4 estaduais e 29 institutos federais. Outras 10 universidades federais e 2 estaduais vão usar o Enem como forma de ingresso este ano. A adesão de 50% foi aprovada no ano passado na UFG já com o objetivo de avaliar o processo seletivo Sisu e, caso constatado o sucesso, a possibilidade de adesão total neste ano. A assessoria de imprensa, em nota, relatou que a UFG avaliou que a “adesão de apenas 50% provocou confusão na sociedade e a existência de provas diferentes dificulta o estudo por parte dos candidatos, além da dificuldade de operacionalização da matrícula.”

Wagner Wilson Furtado, presidente do Centro de Seleção, em recente entrevista ao POPULAR, explicou que a adesão vai simplificar a seleção para vestibulando e UFG. “Vai evitar situações em que o estudante passa nos dois processos e fica em dúvida se faz a matrícula logo ou fica esperando a demais chamadas do Sisu, correndo o risco de perder a vaga conquistada no vestibular.” No caso da instituição, observa Furtado, a adesão vai facilitar o processo de matrícula, que vem sendo complicado pelo fato de a seleção ser feita por sistemas distintos.

Há também a vantagem econômica, observou Furtado, uma vez que o candidato vai pagar uma única inscrição, a do Enem, de R$ 35, faz o exame na cidade dele e pode competir em várias universidades ao mesmo tempo. Na avaliação da UFG, o sistema é adequado, pois oferece qualidade do processo seletivo e a segurança tem aumentado a cada ano. Além disso, continua a nota, “torna-se mais democrático, pois permite a inscrição do estudante em universidades de todo o País com uma única inscrição, que é gratuita para estudantes de escolas públicas de baixa renda.”