Pequenas empresas descobrem oportunidades fora da capital

A modernização do agronegócio e a instalação de grandes empresas no interior do Estado tem aumentado a renda nesses municípios, que passaram a despertar a atenção das pequenas empresas também. Muitas prestam serviços para as grandes, enquanto outras simplesmente enxergam a oportunidade de novos mercados fora da capital para atender essa nova demanda por consumo.

O professor de Economia da Universidade Federal de Goiás (UFG) e especialista em Mercado de Trabalho, Sandro Monsueto, lembra que a modernização da produção agrícola tem elevado a renda no interior nos últimos cinco anos, atraindo pequenas empresas, que são grandes geradoras de empregos. “Antes, essa população precisava viajar muito para comprar e, agora, não precisa mais sair para comprar algum produto”.

Esses municípios também recebem cada vez mais instituições públicas e privadas de ensino superior. Para ele, a maior tranquilidade e segurança no interior também tem atraído muita gente que vivia na capital. Geralmente, são pessoas com melhor poder aquisitivo, que podem consumir mais produtos e serviços.

REDUÇÃO DE CUSTOS

A CEO do Grupo Empreza, Helena Machado Ribeiro, lembra que há cerca de cinco ou seis anos teve início uma tendência de interiorização de empresas, principalmente com a concessão de incentivos fiscais e a busca pela redução de custos, que são sempre maiores nas capitais. Ela explica que, em municípios do interior essas empresas têm até acesso mais facilitado a terrenos para se instalar . O resultado é que elas alavancam toda economia em torno dessas cidades.

O Estado já é referência no setor sucroalcooleiro e farmoquímico. Isso tem ajudado Goiás a registrar uma média de geração de empregos superior à média nacional nos últimos anos. Inclusive, a participação do interior goiano na geração de empregos é mais expressiva que em Estados importantes como Rio de Janeiro (27%) e Rio Grande do Sul (64%).

Helena Machado ressalta a importância do crescimento das pequenas empresas no interior. “São elas que geram 70% dos empregos no País”, destaca. Porém, a falta de trabalhadores qualificados continua sendo um grande problemas para a área de recursos humanos. Ela conta que, recentemente, precisou contratar 400 empregados para uma mineradora em Niquelândia e demorou o dobro do tempo que estimava. “Precisamos até buscar pessoal em outros locais que não imaginávamos para ocupar todas as vagas”, informa.

Fonte: O Popular