Sisu será única forma de ingresso

Em última etapa do processo, conselho ratifica decisão de excluir vestibular da universidade

É oficial: a partir de 2015 o vestibular não será mais usado como meio de ingresso à Universidade Federal de Goiás (UFG). O Conselho de Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura (Cepec) da universidade ratificou a decisão com 32 votos favoráveis, 1 contra e 2 abstenções. A última prova elaborada pelo Centro de Seleção, referente ao Processo Seletivo 2014/2, será aplicada amanhã, em primeira fase.

Quem quiser começar a estudar na UFG a partir de 2015 terá obrigatoriamente de se inscrever no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), método de avaliação usado no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). As inscrições para o Enem estão abertas desde 12 de maio e se encerram na próxima sexta-feira.

“É uma decisão madura. Algumas universidades fizeram essa decisão há 4 anos”, afirma o pró-reitor de Graduação, Luiz Mello. A UFG adota o Sisu desde 2012, e foi aumentando gradualmente a proporção de vagas reservadas a ele. Começou em 20%. Em 2013 e até este ano foram 50% e a partir do ano que vem será 100%. A mudança já era esperada e foi aprovada pelos coordenadores de cursos ouvidos pelo POPULAR.

“É uma boa decisão. Primeiro porque coloca a UFG na rota de um projeto maior do Ministério da Educação. Segundo porque o vestibular como foi ano passado, com o ingresso dividido meio a meio, com dois processos diferentes, estava submetendo o aluno a uma carga de exigência muito alta. Agora unifica e o preparo fica direcionado para o Enem”, afirma o coordenador de Ensino Médio do Colégio Agostiniano, Thiago Pinheiro.

“É positivo. Vai facilitar a preparação para os alunos. O conteúdo programático do Enem é mais enxuto que o da UFG. Ao longo dos anos a UFG foi acrescentando conteúdo e começamos a ter que preparar o aluno com um volume muito grande de conhecimento. Como Enem, estudantes de todo o território nacional vão ter a chance de competir”, afirma o coordenador de disciplinar Ensino Médio do Colégio Expovest, Frederico Moreira.

DIFERENÇA

Pinheiro afirma que a principal diferença entre as provas da UFG e do Enem está no uso, por parte deste último, da Teoria de Resposta ao Item (TRI). “Ele é baseado no padrão de desempenho; em como o aluno vai respondendo. Cada item é direcionado para uma competência e habilidade específicos estabelecidos pela Área do Conhecimento.”

Ele diz que a prova tem questões com níveis de dificuldades distintos. “Por isso duas pessoas podem acertar a mesma quantidade de itens e uma ter nota maior que o outra. A avaliação meramente quantitativa já foi abandonada nas principais avaliações do mundo”, afirma. O coordenador diz que a preparação dos alunos não muda. “Já tínhamos caminhado para isso há dois anos. Estamos bem preparados.”

“Na UFG temos provas de várias disciplinas, com 90 questões na primeira fase. A segunda fase tem questões abertas, com pesos e temas diferenciados, e algumas questões com interdisciplinaridade”, afirma o pró-reitor de Graduação. “No Enem os itens são agrupados por área de conhecimento. São 4 grandes e não tem a segunda etapa e toda prova é interdisciplinar”

Adoção vai beneficiar alunos da rede pública

17 de maio de 2014 (sábado)

O superintendente de Ensino Médio da Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc), Fernando Pereira dos Santos, afirma que a adoção integral Sistema de Seleção Unificada (Sisu) por parte da Universidade Federal de Goiás (UFG), beneficia alunos de escolas públicas. “Vemos com muito bons olhos. Para os nossos alunos é muito bom”, afirma.

Santos diz que a participação de alunos de escolas públicas Exame Nacional do Ensino Médio (Enem, avaliação usada no Sisu), aumentou muito nos últimos anos. “Já defendo essa adesão há muitos anos. Aumentou muito a participação dos alunos de escola pública no Enem e a imensa maioria dos nossos alunos faz o exame nacional e não fazia o vestibular”

O superintendente diz que os estudantes da rede estadual achavam a prova da universidade difícil. Como ingresso por meio do Enem, “tirou essa visão de dificuldade”. A adoção integral, avalia, vai fazer com que mais alunos da rede pública façam a prova. Em 2013 o Estado teve 67 mil concluintes de ensino médio e mais de 37 mil inscritos no Enem. “Para este ano esperamos chegar a 60%, 70% de inscritos.”

 

Custo de inscrição para candidato será reduzido

17 de maio de 2014 (sábado)

A Universidade Federal de Goiás (UFG) foi fundada em 1960, a partir da união de cinco faculdades. O presidente do Centro de Seleção, Wagner Furtado, não sabe dizer desde quando há o vestibular nos moldes atuais, mas afirma que, desde o início, a instituição aplica alguma forma de processo seletivo.

O processo seletivo preparado pela universidade custava, atualmente, R$ 130. Muito mais que a inscrição para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): R$ 35. E neste, alunos de escola pública não pagam. O preço elevado na UFG era para bancar a realização das provas.

“Todo o gasto do processo seletivo é feito com base na arrecadação. Daí o valor de R$ 130 para a inscrição. Considerando os 28 mil inscritos do último vestibular, o custo foi R$ 3,64 milhões. O Enem é realizado pelo Instituto Nacional de Estatística e Pesquisas Educacionais (Inep) e, como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) já era aplicado na UFG, Furtado afirma que não haverá custo para a universidade.

Fonte: O Popular