Projeto de goiana pode baratear tratamento

Data: 25 de outubro de 2014

Fonte/Veículo: O Popular

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Lídia Borges

25 de outubro de 2014 (sábado)

Cristiano Borges

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Carolina vai representar o País em prêmio internacional

 

Projeto desenvolvido por cientista goiana deve contribuir para a redução do custo do tratamento da leishmaniose, doença que contamina três mil pessoas a cada ano no Brasil (2 milhões no mundo, segundo a OMS). Desenvolvido há quatro anos, o estudo está em fase inicial, mas já identificou três compostos promissores a se tornar fármacos três vezes mais eficazes do que o medicamento padrão que está no mercado.

Estima-se que a nova fórmula possa chegar ao consumidor final pela metade do preço. Ainda é cedo para certezas. Mas o projeto da professora doutora em Química Medicinal da Universidade Federal de Goiás (UFG), Carolina Horta Andrade, acaba de ser escolhido para representar o Brasil no prêmio International Rising Talent.

O programa visa impulsionar jovens cientistas até se tornarem reconhecidas internacionalmente. Como adiantou O POPULAR, Carolina foi uma das sete vencedoras do programa Para Mulheres na Ciência, da multinacional L´Oréal – parceria com a Unesco e a Academia Brasileira de Ciências. Ela recebeu o prêmio de 20 mil dólares na terça-feira.

INVESTIMENTOS

A cientista explica que um estudo como esse leva de dez a 15 anos para ser concluído e, por isso, é importante que haja parceria com a indústria farmacêutica. Os investimentos necessários são altos. Para um medicamento chegar às prateleiras das farmácias, a cadeia produtiva, desde a pesquisa à fabricação final, gasta, em média, de R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão, informa Carolina.

O problema, frisa a pesquisadora, é que a indústria farmoquímica negligencia a leishmaniose, assim como outras doenças parasitárias como malária, esquistossomose e Chagas. São enfermidades que acometem países menos ricos e não permitem o retorno financeiro esperado. A própria indústria farmacêutica goiana não tem interesse na fórmula. “Aqui, a prioridade dos investimentos é para genéricos e similares. Não em novas moléculas”, afirma.

Fonte: O Popular

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