Hospital Mário Covas fará cirurgia de mudança de sexo pelo SUS

Data: 17 de abril de 2015

Fonte: Diário do Grande ABC

Link da matéria: https://www.dgabc.com.br/Noticia/1305521/hospital-mario-covas-fara-cirurgia-de-mudanca-de-sexo-pelo-sus

 

A partir do próximo mês, o Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, passará a realizar cirurgias de redesignação sexual, ou troca de sexo, para a população transgênero atendida pelo SUS (Sistema Único de Saúde). No Brasil, cinco instituições são autorizadas a fazer o procedimento: Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás; Hospital de Clínicas de Porto Alegre, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro; Fundação Faculdade de Medicina, da USP (Universidade de São Paulo); e Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco.

O Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais do CRT DST/Aids (Centro de Referência e Treinamento DST/Aids), na Zona Sul da Capital, será responsável por preparar pacientes para a cirurgia e encaminhá-los ao Mário Covas. Conforme preconiza o Conselho Federal de Medicina, quem deseja realizar esse tipo de cirurgia necessita de acompanhamento multiprofissional por pelo menos dois anos antes da ação.

Atualmente, passam por este processo no CRT DST/Aids cerca de 2.000 pessoas. Do total, 300 estão preparadas para a cirurgia. A primeira feita no hospital andreense ocorrerá no dia 6 de maio.

“Como a gente tem um pequeno número de hospitais que realizam esse procedimento, a entrada do Mário Covas é de fundamental importância para a população de travestis e transexuais do Estado, pois vai melhorar muito a qualidade de vida desse público”, salienta a diretora do CRT DST/Aids, Maria Clara Gianna. “Essas pessoas já passam por processo social de grande exclusão. Na medida em que a gente permite que possam colocar-se socialmente de forma adequada e viverem a sua vida plenamente, o retorno é bastante significativo”, garantiu.

Para as mulheres transexuais (mudança de homem para mulher), a cirurgia envolve essencialmente a reconstrução dos genitais, embora outros procedimentos possam ocorrer. Em muitos casos, algumas transexuais decidem não se submeter à cirurgia de redesignação genital. Já nos homens transexuais (alteração de mulher para homem), compreende conjunto de cirurgias, incluindo remoção dos seios, reconstrução dos genitais e lipoaspiração.

Portaria do Ministério da Saúde estabelece que a idade mínima para procedimentos ambulatoriais seja de 18 anos; já para cirúrgicos, 21.

Até 1997, cirurgias de mudança de sexo eram proibidas no Brasil, passando a ser autorizadas em 2008. Até 2014, foram realizados 6.724 procedimentos ambulatoriais e 243 procedimentos cirúrgicos via SUS.