Os piores de um transito caótico

Data: 04 de maio de 2015

Veículo: O Popular

Link direto para a notícia: http://www.opopular.com.br/editorias/cidades/os-piores-de-um-tr%C3%A2nsito-ca%C3%B3tico-1.842356

 

Levantamento feito pela SMT mostra quais são os três trechos mais problemáticos da capital

As Avenidas Jamel Cecílio, nos setores Pedro Ludovico e Jardim Goiás, Castelo Branco, na região de Campinas, e o cruzamento entre as Avenidas Madri e Rio Verde são os piores trechos para se trafegar em Goiânia. A pedido do POPULAR, a Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (SMT) apontou quais os três lugares em que mais ocorre congestionamentos e o órgão se baseou no número de reclamações recebidas, processos administrativos e monitoramento técnico para apontar essas três avenidas como piores.

Chama a atenção, no entanto, a falta das principais avenidas de Goiânia na lista, como a 85, Goiás, Independência e Anhanguera. Professor do Instituto Federal Goiano (IFG), Marcos Rothen, aponta que o cruzamento da Avenida 85 com a 136, a Avenida 3ª Radial na saída do Parque das Laranjeiras e a Avenida T-8 são os piores pontos da capital. Rothen explica, porém, que a percepção se dá com os locais em que ele mais transita, sendo diferente de quando se tem a noção de toda a cidade.

A professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Erika Cristine Kneib, especialista em urbanismo e transportes, afirma que a percepção do motorista tende a ser diferente de uma análise técnica. “Com os dados se mede o nível de serviço da via e percebe aspectos diferentes”, explica. Mas Erika percebe que as vias apontadas pela SMT apresentam um ponto em comum: o problema é o grande movimento para a periferia, onde estão condomínios horizontais, bairros populares e divisas com os municípios vizinhos.

A taxa de crescimento populacional, nos últimos dez anos, é maior em cidades próximas da capital, como Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Goianira e Trindade do que em Goiânia. Além disso, a expansão urbana se deu na periferia da capital, em que a região central tem mantido taxas baixas de crescimento ou até de estagnação, enquanto setores mais afastados recebem grandes empreendimentos, até mesmo pela facilidade em construir.

Rothen lembra que os pontos citados pela SMT estão em locais com alto desordenamento urbano, com permissão de verticalização. É o que ocorre no Jardim Goiás e a região do Park Lozandes, com o Residencial Alphaville. O resultado disso é o congestionamento do principal eixo viário que liga o centro de Goiânia com esta região, justamente a Avenida Jamel Cecílio.

O frentista Rui Milton Silveira, de 51 anos, trabalha há um mês em um posto de gasolina da Avenida Jamel Cecílio e, neste pouco tempo, já se cansou de ver a confusão no trânsito. “Depois das 17h30 é só bagunça, ninguém respeita a sinalização de pare ou faixa amarela e é muito carro”, conta.