Casal recorre ao MP em busca de tratamento para ter filhos, em Goiás

Data: 07 de maio de 2015

Fonte: G1/Goiás

Link da matéria:http://g1.globo.com/goias/noticia/2015/05/casal-recorre-ao-mp-em-busca-de-tratamento-para-ter-filhos-em-goias.html

 

Eles estão há quase dois anos em fila de programa gratuito de fertilização.
Com 40 anos, feirante luta contra o tempo e diz temer gravidez de risco

 

Um casal de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana, recorreu ao Ministério Público para tentar realizar um tratamento de fertilização gratuito no Hospital das Clínicas (HC), em Goiânia. Eles afirmam que estão na fila de espera do programa há quase dois anos e ainda não foram informados de uma data para início do tratamento.

A feirante Maria de Fátima Cardoso da Silva Fraga tem 40 anos e, junto ao marido, o eletricista Fábio de Oliveira Fraga, sonha com o dia em que poderá comemorar o Dia das Mães.  “É o meu sonho ser mãe. Cada vez que chega esse mês, do Dia das Mães, eu queria estar vivendo esse momento”, lamenta. Enquanto esse dia não chega, eles "treinam" o papel de pais com a sobrinha que vive na mesma casa e eles ajudam a criar.

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Em 2013, ao procurarem um médico, o casal descobriu que Maria de Fátima não tem ovulação, mas com o tratamento tem chances de engravidar. Sem condições financeiras de pagar o serviço pela rede particular, eles se inscreveram no programa de reprodução humana oferecido de forma gratuita pela Universidade Federal de Goiás (UFG) dentro do Hospital das Clínicas.

Segundo o casal, eles já gastaram cerca de R$ 2 mil com exames para a inscrição no programa. A mulher acredita que está hoje em uma corrida contra o tempo, pois teme ter uma gravidez de risco devido à idade.

Casal recorre ao MP em busca de tratamento para ter filhos, em Aparecida de Goiânia, Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Casal está há quase dois anos em fila para conseguir tratamento gratuito (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Fila
De acordo com o HC, a unidade recebe a inscrição de cerca de 15 mulheres por semana e aproximadamente 1,5 mil casais aguardam na fila pelo serviço. Maria de Fátima e Fábio buscaram o Ministério Público na tentativa de definir um prazo e saber quais são os critérios usados na escolha dos pacientes para iniciar o tratamento.

A responsável por organizar a fila é a Central de Regulação de Saúde do município. O diretor de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, Cláudio Tavares Silveira Souza, afirma que a procura é muito grande e o serviço não tem vínculo com o Sistema Único de Saúde (SUS).

Cláudio explica ainda que a prioridade é avaliada pelos exames e pela situação do casal. “A gente acredita que no caso deles [Maria de Fátima e Fábio], eles devem estar sendo atendidos nos próximos dois meses a três meses. É uma estimativa do tempo de espera pelo número do protocolo”, afirma.