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O projeto Mapeamento Nacional da Dança está fazendo um levantamento inédito no país para dizer o tamanho e as características desse seguimento e como as políticas públicas atendem ou deixam de assistir a essa atividade artística. A ação é encabeçada pela Universidade Federal da Bahia em cooperação técnica com o Ministério da Cultura (MinC) e a Fundação Nacional das Artes (Funarte), e conta com uma rede de universidades colaboradoras. O Instituto de Artes da Unesp (IA), Câmpus de São Paulo, será o responsável pelo mapeamento na capital paulista.
A pesquisa quer descobrir, por exemplo, a formação dos dançarinos; as características do mercado de trabalho na área; o tipo de produção artística; o acesso a financiamentos e outras formas de fomento público ou privado; dados socioeconômicos de quem dança, ensina ou produz espetáculos, o perfil do empresário da área; e, sobretudo, a opinião dessas pessoas sobre as políticas de incentivo.
"Não queremos apenas as informações de companhias e escolas de dança, mas também das ações não institucionais ou empresariais, como projetos comunitários, grupos tradicionais ou folclóricos e movimentos da periferia”, afirma Lúcia Matos, coordenadora da iniciativa e professora da Universidade Federal da Bahia. “É só a partir desse diagnóstico que nós poderemos cobrar políticas públicas adequadas.”
"Os dados preliminares já mostram que, em São Paulo, o perfil é muito diferente do restante do país, tanto no que diz respeito à formação das pessoas que atuam, como no acesso a recursos e formas de divulgação”, afirma Kathya Godoy, professora do IA e coordenadora do projeto pela Unesp.
“Para que os editais possam atender à diversidade da dança no Brasil, precisamos descrevê-la quantitativa e qualitativamente”, afirma Fabiano Carneiro, representante da Funarte no projeto. Ele também esclarece que o levantamento não pretende ser censitário, sobretudo porque seu recorte abrange apenas algumas capitais do país definidas por critérios de representação regional: Belém, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
“É possível que esse movimento estimule grupos em outras regiões a buscar dos governos estaduais uma ação local de mapeamento”, sugere. “Isso seria muito positivo neste momento em que o MinC está criando seu Plano Nacional de Cultura, que deve dizer quais são as prioridades de investimento no país”, completa.
Pesquisa em Dança
Segundo Godoy, a participação da Unesp segue uma tendência iniciada em 2007, quando o Instituto de Artes começou a organizar uma série de eventos para discutir a dança no contexto nacional. Para ela, a ação permitirá que a Universidade tenha acesso a um novo material de pesquisa, que dará subsídios tanto para investigações em curso, como criará novos projetos. Uma cooperação com a Unicamp nesse sentido já foi negociada e tem início previsto para 2016.
Além da Unesp, as outras universidades parceiras da UFBA no mapeamento são: Universidade Estadual do Paraná (Unespar); Universidade Federal do Rio de Janeiro; Universidade Federal do Pernambuco e Universidade do Pernambuco (UPE); Universidade Federal do Ceará; Universidade Federal do Pará; e Universidade Federal de Goiás.
Aparecer no Mapa
O mapeamento é feito a partir de um cadastro voluntário da pessoa envolvida com a dança. Há três categorias de atuação: dançarino individual, membro de coletivo ou companhia; e responsável por empresa ou outra instituição do setor. Em muitos casos, uma mesma pessoa pode se enquadrar em duas ou até nas três categorias (é recomendado fazer um cadastro para cada forma de interação com a dança). O preenchimento completo leva em média 40 minutos, mas é possível responder por partes em até cinco dias úteis a partir do momento em que o procedimento foi iniciado.
O questionário está disponível até o dia 11 de agosto no site www.mapeamentonacionaldadanca.com.br . Os dados coletados serão publicados em um relatório no final de 2015.
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