"Diagnóstico, tratamento e cura formam o novo tripe da hepatite C"

Data: 24 de julho de 2015

Veículo: Diário da Manhã

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No Dia Mundial das Hepatites, hepatologista projeta o impacto do protocolo do Governo sobre os novos tratamentos contra a hepatite C

 

DA REDAÇÃO

A hepatite C é uma doença viral crônica, geralmente silenciosa, responsável pela maioria dos casos de cirrose, câncer de fígado e transplante hepático no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que o Brasil tenha mais de dois milhões de infectados, sendo que somente 15% destes foram identificados, 10% submetidos a algum tipo de tratamento e apenas 5% curados.

No Dia Mundial de Combate as Hepatites (28 de julho), o hepatologista Rodrigo Sebba Aires, professor da Universidade Federal de Goiás, explica como os novos tratamentos que devem ser incorporado pelo SUS podem beneficiar a saúde da população. “Até pouco tempo, a chance de cura da hepatite C era de 40%. Com a chegada de novos medicamentos, tendo o Sofosbuvir como espinha dorsal do tratamento, associado a outras duas drogas, esse número passou para 90%, dependendo do perfil do paciente, algo muito positivo, principalmente pela incorporação desses medicamentos no SUS”, explica Aires.

 

Diagnóstico e Tratamento

Com o avanço no tratamento da hepatite C, o diagnóstico precoce torna-se um desafio ainda maior para que os pacientes tenham acesso aos medicamentos disponíveis no SUS. Encabeçado pelo Sofosbuvir – em combinação com outras duas drogas, a nova combinação de medicamentos eleva a chance de cura da hepatite C a taxas superiores a 90%, de acordo com as características do paciente. Além disso, a nova terapia pode reduzir de forma considerável o tempo de tratamento, atualmente de até 48 semanas, para 12 ou 24 semanas, além de eliminar a necessidade de injeções de interferona nos pacientes infectados com os genótipos 2 e 3 da hepatite C.

 

A hepatite C

A hepatite C é uma doença contagiosa causada pelo vírus C (VHC). A transmissão ocorre, dentre outras formas, por meio de transfusão de sangue, compartilhamento ou uso de materiais contaminados como seringas, objetos de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar), alicates de unha, além de outros materiais perfurocortantes usados na confecção de tatuagens e colocação de piercings. O vírus também pode ser transmitido pela via sexual e vertical (de mãe para filho). Estimativas apontam que cerca de 3% da população mundial possa ter sido exposta ao vírus e desenvolvido infecção crônica, o que corresponde a 185 milhões de pessoas. Na maioria das vezes a doença é assintomática, mas em alguns casos surgem sintomas como vômitos, náuseas e mal-estar. A prevalência é a mesma entre homens e mulheres, sendo que em pessoas com mais idade a progressão pode ser mais rápida. A ingestão de bebidas alcoólicas também pode acelerar a progressão da hepatite C. O teste para detecção da doença é fácil, rápido, gratuito e está amplamente disponível na rede pública.