Uma viagem musical

Data: 09 de Setembro de 2015

Fonte/Veículo: Diário da Manhã

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O percussionista goiano Sérgio Pato e o guitarrista turco Can Kanbay passeiam por suas diversas influências no CD Patocan,

capa - sérgio pato 1

Por Rariana Pinheiro

 

De um encontro em Paris, lá no início da década de 1990, entre o percussionista Sérgio Pato e o guitarrista e produtor musical turco Can Kanbay, foi nascer um álbum insptrumental para os dias de hoje. O trabalho em questão trata-se do intitulado Patocan, que por estar carregado fusões culturais de ambos os músicos, promete fornecer uma sonora viagem pelo mundo em uma linguagem jazzística. O pré-lançamento desta obra, acontece amanhã, às 20h, com uma apresentação dos instrumentistas no Teatro Sesc Centro.

O trabalho com toque brasileiro e da música do oriente, conta ainda com as participações do tecladista e acordeonista Chico Chagas, do saxofonista e flautista Evaldo Robson e do baixista Marco Outeiro. O disco é todo autoral, e além de  ajudar no arranjos, estes instrumentistas são os autores de algumas faixas.

“Além de Chico Chagas fazer acordeom e teclados, ele me presenteou com uma composição lindíssima intitulada Maria Rita, que em homenagem à minha filha com a cantora Claudia Vieira.

Por outro lado,  Marco Outeiro colaborou com a canção Dança Marajoana, uma  fusão do ritmo árabe zouk com o afro. Já, o violinista austríaco Rudi Berger e mais o Evaldo Robson com sax e flauta. “É praticamente uma música do mundo né”, diz entre risos Sérgio Pato.

Os diversos caminhos do Duo

 Can Kanbay – Nasceu em Istambul, na Turquia mas viveu também  em na Áustria e  Alemanha. Neste último país iniciou os estudos musicais. Aos 23 anos fixou residência em Paris (França), onde começou atuar como músico profissional. Mas o destino quis que ele se trouxesse suas misturas para Goiás. Casou-se com goianiense na França e aos 33 anos imigrou para Goiânia, onde se naturalizou.

 Sergio Pato – O percussionista, brasileiro, nascido em Goiânia é um ávido pesquisador dos ritmos brasileiros – principalmente dos ritmos regionais, do cerrado. No entanto, sempre se interessou em romper as fronteiras geográficas. Sua carreira musical iniciou tocando em bandas de rock, como a Oficina de Luz e Língua Solta, nos anos de 1980. Em 1987, convidado pelo diretor teatral Marcos Fayad, integrou o Projeto Teatral Martim Cererê, como único músico do espetáculo. Por meio deste projeto realizou turnê nacional durante o ano de 1988 e ganhou o Prêmio Mambembe, com o cenógrafo Siron Franco. Participou de apresentações na França nos anos 89 e 91 e em Goiânia é bastante conhecido por ser o programador musical da Rádio Universitária de Goiânia da UFG e produz programas como Baticum Brasileiro (sobre os ritmos brasileiros) e Música do Mundo.

 

ENTREVISTA SÉRGIO PATO

DMRevista: Este é o pré-lançamento do álbum? Quando e onde será o lançamento oficial?
Sérgio Pato: Sim, é o pré-lançamento do CD. Estamos fazendo isso para que as pessoas comecem a conhecer melhor nosso trabalho, pois já fizemos algumas apresentações no interior, na Feira do Cerrado e a recepção foi muito legal. Ficamos super felizes. O lançamento oficial deverá ocorrer em novembro.

 

DMRevista: Você tem uma longa história com a música. Pode nos contar um pouco como começou esta paixão


Sérgio Pato:
 Minha família sempre adorou música. Eu, meus pais e irmãos ouvíamos radio o tempo todo. Eu toquei em bandas de rock no início dos anos 80 como Foxtrot, Oficina de Luz e  Língua Solta. Em 1987 o Diretor de Teatro Marcos Fayad me convidou para participar do Projeto Teatral Martim Cererê , em que fiquei por anos e foi fundamental para a minha formação  e desenvolvimento artístico , pois convivia com vários artistas de diferentes áreas. Fizemos vários espetáculos de teatro musical em que tive o privilégio de pesquisar diferentes estilos. Enfim uma verdadeira viagem musical! (risos).

DMRevista: E seu estilo se construindo com esta “viagem musical”?


Sérgio Pato:
 Exatamente por ter que transitar por diversas linguagens tive que mergulhar em pesquisas. A minha formação foi roqueira e quando tive contato com o jazz  ampliou a minha visão musical.  No teatro tive a oportunidade de conviver com outras linguagens , então adoro fusões de culturas e estéticas diferentes , me proporcionando esse delírio (risos).

DMRevista: Como nasceu o “Patocan” e esta parceria com o produtor Turco Can Kanbay?


Sérgio Pato:
 Conheci Can Kanbay em Paris no inicio dos anos 1990. Ele é casado com uma amiga minha e morava lá. Então fizemos vários jam sessions, que são improvisações musicais, em que percebemos que tínhamos muitas afinidades musicais e de ideias. Então, pronto, sempre que encontrávamos já ia rolando essa parceira e já fomos idealizando o projeto que culminou nesta gravação. Além da afinidade musical e pessoal o Can tem uma formação muito ampla, pois nasceu em Istambul, morou na Áustria, Alemanha e França e tem uma linguagem muito cosmopolita. Eu brasileiro que mergulho em várias atividades artísticas.

DMRevista: O que esta união musical de estilos e culturas acrescentou na composição de vocês?


Sérgio Pato: 
Um grande aprendizado em que você com o coração e mente abertos, poderá fazer uma viagem pelo mundo através das artes e da música.

DMRevista:  Estão previstas fazer apresentações fora do Brasil?


Sérgio Pato: 
Bom, como o trabalho é instrumental e existe vários Festivais pelo mundo e inclusive no Brasil, vamos enviar este material para quem sabe participarmos né?

 

Serviço:

Patocan – Projeto Instrumental Patocan
Quando: Amanhã, às 20h
Onde: Teatro Sesc Centro (Rua 15, esquina com a rua 19, – Setor Central)
Informações: (62) 3933-1714 e (62) 3933-1711