Solução deve sair de união entre cidades

15 de setembro de 2015

Fonte: O Popular

Link da matéria: http://www.opopular.com.br/editorias/cidades/solu%C3%A7%C3%A3o-deve-sair-de-uni%C3%A3o-entre-cidades-1.945971

 

Professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), a arquiteta e urbanista Erika Cristine Kneib afirma que o tempo de deslocamento dos moradores da região metropolitana mostra a necessidade de cumprimento do Estatuto da Metrópole, que cobra um plano de mobilidade conjunto entre as cidades que compõem a região. “É necessário ampliar essa discussão. Hoje em dia discutimos muito problemas no trânsito de Goiânia, mas temos de pensar em mobilidade.”

Kneib explica que a mobilidade se trata de três eixos, que inclui o uso e ocupação do solo, o transporte e o trânsito. Se trata, portanto, de um planejamento multidisciplinar, em que se define um reordenamento urbano para pensar nos deslocamentos das pessoas. Professor do Instituto Federal Goiano (IFG) e especialista em trânsito, Marcos Rothen lembra que, com a expansão do Eixo Anhanguera, é possível ir de Senador Canedo a Goianira ao custo de R$ 1,65. “As pessoas pensam nessa economia e não no tempo que vão perder.”

Rothen reforça que os tempos gastos com o transporte coletivo, de fato, são maiores, mas os usuários dos carros e motocicletas não deixam de perder minutos com a distância, além de passar pelo estresse, já que as saídas entre as cidades são ruins. Ele cita o viaduto na GO-060, na saída para Trindade, e a Avenida Jamel Cecílio como exemplos de gargalos no trânsito da capital pelo volume de tráfego. Para o professor, é necessário que se organize o espaço e se planeje a expansão urbana.

Custo

A pesquisa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) aponta ainda que mais de 398 mil trabalhadores da região metropolitana gastavam, em 2012, mais de 30 minutos por dia, em média, no deslocamento casa-trabalho-casa. Isso gerou um custo total de mais de R$ 1,4 bilhão, já que nesse período não há produção e ainda piora o descanso e a saúde do trabalhador, além de aumentar as chances de, por exemplo, ocorrer um acidente.

O secretário Andrey Azeredo estima que os 120 minutos gastos no deslocamento em 2012 seja equivalente aos dias atuais, especialmente em função da instalação dos corredores preferenciais de ônibus na capital. “Teve aumento da frota nesses três anos, mas houve melhor estrutura, talvez uma coisa compense a outra”, diz. Já Kneib e Rothen apostam em um aumento do tempo gasto pela maior quantidade de veículos e também de loteamentos nas cidades vizinhas à Goiânia e regiões periféricas da própria capital. Rothen estima que o tempo aumente entre três e quatro minutos por ano.