Microalgas são usadas como nova fonte de energia

Data: 18 de setembro de 2015

Fonte: O Popular

Link da matéria: http://www.opopular.com.br/editorias/cidades/microalgas-s%C3%A3o-usadas-como-nova-fonte-de-energia-1.948223

 

Carro da UFG já circula com o novo combustível. Custo de produção é menor que o da soja

 

 

Pela primeira vez no Brasil, um grupo de cientistas, coordenado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), conseguiu identificar três microalgas que produzem biodiesel, em grande escala, 20 vezes mais que a soja, ainda a principal matéria-prima da fabricação de biocombustível. O custo de produção, segundo os pesquisadores, é menor e deve chegar ao consumidor com preço mais baixo que o atual. As espécies também são uma aposta de investimento nas indústrias farmacêutica e de cosméticos.

As microalgas têm sido o foco de estudos no mundo inteiro e, em relação a outras fontes de matéria-prima, apresentam alto potencial biotecnológico, grande teor de óleo e menor impacto ambiental. Desenvolvida por uma rede de 10 instituições nacionais, a pesquisa, iniciada há cinco anos, mantém em sigilo os nomes das três microalgas usadas para produzir 20 vezes mais biodiesel que a soja, por hectare ao ano.

As microalgas foram identificadas entre 450 espécies selecionadas em meio a milhares que existem no mundo. Um carro de testes da UFG já circula com o novo biocombustível. “Hoje o biodiesel já apresenta um preço menor que o do óleo diesel. A ideia com microalgas é, além de baixar o preço, que se consiga produzir outros produtos de interesse da sociedade na mesma via de produção”, diz o pesquisador Nelson Roberto Antoniosi Filho, do Laboratório de Métodos de Extração e Separação (Lames) do Instituto de Química da UFG.

Além da alta capacidade de produção de biocombustível por meio das microalgas, a pesquisa também já identificou que elas podem ser usadas, futuramente, pelas indústrias farmacêutica e de cosméticos. Possibilitam a fabricação de produtos para retardar o envelhecimento e prevenir doenças oftalmológicas e cardiovasculares.

Considerado um dos maiores especialistas em produção de microalgas do País, o professor Roberto Bianchini Derner, do Departamento de Aquicultura da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), uma das que integram a rede de cientistas, diz que o cultivo de microalgas deve ser feito em grandes áreas, embora seja fácil, já que depende de água e luz. Os resultados da pesquisa estão compilados na tese de doutorado em Ciências Ambientais pela UFG de Rafael Silva Menezes.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) informa que tem investido no desenvovilmento de estudos com microalgas para a produção de biodiesel em nível industrial. O órgão reconheceu a necessidade do desenvolvimento de uma série de estudos, principalmente sobre a diversidade biológica das microalgas, os fatores que influenciam a produção da biomassa, as técnicas de extração e a síntese do biocombustível, o que foi feito na pesquisa.

 

"Microalgas não precisam do desmatamento de novas áreas para se estabelecerem e podem ser produzidas em áreas já devastadas."

Nelson Roberto Antoniosi Filho, pesquisador da UFG

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