“Ouço Clara Nunes desde criança e a homenagem ‘Canto Sagrado’ me trouxe muitas alegrias”

Data: 19 de setembro de 2015

Fonte/Veículo: Jornal Opção

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Edição 2098

Vencedora do Prêmio de Música Brasileira de 2012, Cozza volta a Goiânia e se apresenta no Música no Câmpus da UFG

Com cinco trabalhos gravados, dentre eles um DVD, a premiada cantora de samba está em estúdio, atualmente, trabalhando no já intitulado “Partir”

Com cinco trabalhos gravados, dentre eles um DVD, a premiada cantora de samba está em estúdio, atualmente, trabalhando no já intitulado “Partir”

Yago Rodrigues Alvim

Em 1996, a cantora paulistana Fabiana Cozza consolidou sua carreira musical ao participar de um grupo vocal, liderado pela também cantora Jane Duboc. Ao lado de Eduardo Gudin, fez parte do grupo “Notícias do Brasil” e já participou de vários espetáculos musicais. Em sua carreira solo, lançou álbuns e DVDs. Cozza recebeu o Prêmio de Música Brasileira do Ministério da Cultura de 2012, como Melhor Cantora de Samba. No seu trabalho, tem honrado grandes figuras do passado, como Pixinguinha, Nelson Cavaquinho, Clementina de Jesus, Ary Barroso e Clara Nunes.

Ela volta a Goiânia para apresentar seu trabalho “Canto Sagra­do”, uma homenagem a uma das grandes vozes da história da música brasileira, Clara Nunes. A apresentação é pelo projeto “Música no Câmpus” da Universidade Federal de Goiás (UFG), que já trouxe para ca­pital goiana artistas consagrados como Milton Nascimento, Gal Costa, Baby do Brasil, Chico César, Le­nine, Alceu Valença e da nova MPB como Banda do Mar, Céu, Criolo, Otto, Marcelo Jeneci e Filipe Catto.

Quando e como começou sua trajetória na música? E seus trabalhos? Quais são eles?

Comecei profissionalmente aos 21 anos, com a Jane Duboc, e aos poucos fui me envolvendo e me dedicando ao teatro, à dança e seguindo meus estudos de canto popular e teoria musical. Tenho cinco trabalhos, sendo um DVD e quatro CDs –– o Canto Sagrado é CD e DVD. Com o álbum intitulado “Fabiana Cozza”, recebi o Prêmio de Música Brasileira, como Melhor Cantora de Samba.

Você também tem uma trajetória no teatro e na dança. Como é agregar todas essas artes à música (ou vice-versa)?

Fiz (e faço) uma trajetória de complementariedade, intersecção, ressonância de uma arte na outra. Não entendo o cantar e o atuar cênico sem a relação entre dança, música e teatro.

Você traz “Canto Sagrado” para os palcos do Centro de Cultura e Eventos da UFG. Como tem sido esta apresentação, que começou em 2013?

Oficialmente, encerrei as apresentações de “Canto Sagrado” em 2014 para o lançamento de “Par­tir”, trabalho com o qual tenho viajado algumas capitais e, também, exterior. A pedido da UFG, vamos trazer o espetáculo para Goiânia, o que me encheu de alegria pois adoro esse show.

Como é homenagear Clara Nunes? Quando nasceu este carinho pela artista e como foi a pesquisa e a gravação do documentário?

Ouço Clara Nunes desde criança e a homenagem, “Canto Sa­gra­do”, me trouxe muitas alegrias como a de conhecer a Dindinha, irmã de Clara, que cuida de uma creche com 30 crianças em Caetanópolis, em Minas Gerais –– sonho que Clara tinha. Ouvi novamente a maior parte do repertório dela e junto com a Olívia Araújo, diretora do espetáculo, e, então, construí o roteiro. Tive também a direção de movimento do grande coreógrafo JC Violla. André San­tos, baixista, dirigiu o espetáculo e, com o pianista Edson Sant’anna, criou belos arranjos.

Você já se apresentou com muitos artistas (Elza Soares, João Bosco, Ivan Lins, Leci Brandão, Dona Ivo­ne Lara, Luiz Melodia e Orquestra Jazz Sinfônica) e também gravou com Emicida, Rappin Hood e ou­tros. Como é trabalhar com artistas tão incríveis? E, além disso, quais são suas referências musicais?

Aprendo e aprendi com todos eles. Foi fundamental estar ao lado de mestres consagrados e também dividir o palco com os meus contemporâneos. Eu tenho muitas referências. Algumas são Milton Nascimento, Elizeth Cardoso, Leny Andrade, a própria Clara e Elza Soares, dentre outros.

Na literatura, qual livro você mais gosta?

Ah, são muitos. Prefiro citar escritores que leio: Bartholomeu Campos de Queiroz, Marcelino Freire, Lívia Garcia-Roza, Guima­rães Rosa, Drummond, Adélia Prado, Cora Coralina, etc e etc…

Como foi receber o prêmio de Melhor Cantora de Samba?

Fiquei feliz com o prêmio e me senti motivada a dar continuidade ao que acredito.

Qual a expectativa para apresentação em Goiânia?

Estou feliz de voltar à cidade. Vai ser lindo.

Por fim, quais os próximos passos?

Estamos trabalhando o CD “Partir” no momento.