Buracos brotam antes do previsto

Data: 30 de setembro de 2015

Veículo: O Popular

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Asfalto colocado em 2013 com previsão de durar 10 anos apresenta problemas

Wildes Barbosa

Capa asfáltica deteriorada na Rua 24, no Centro: problema atinge sobretudo lateral da via

 

Vandré Abreu

No início de 2013, os moradores, lojistas e clientes do Centro de Goiânia conviveram com máquinas, obras e ruas interditadas. Era o programa da Prefeitura para recapear as ruas que tinham o asfalto mais antigo da capital. Foram três meses de trabalho, com a promessa de que o asfalto novo duraria dez anos. Os transtornos passaram e os benefícios duraram pouco. Em dois anos, já é possível ver fissuras, rachaduras e até buracos nas ruas que foram recapeadas.

O fotógrafo José Barreto, de 65 anos, trabalha na Rua 4 há 15 e se lembra apenas das ruas interditadas que dificultavam o tráfego. Outros lojistas acreditam que a quantidade de massa asfáltica pode ter causado os buracos. Os problemas se concentram mais nas laterais das vias, especialmente em locais usados para carga e descarga das lojas.

Doutora em Geotecnia e professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Lilian Rezende explica que em locais com maior tráfego é necessário usar uma melhor mistura asfáltica ou uma capa com espessura maior. Já o trincamento do asfalto ocorre quando ele está castigado pela ação do tempo, clima e tráfego intenso. Essas trincas, se não consertadas a tempo, aumentam e se tornam rachaduras, e depois viram buracos que vão aumentando de tamanho. “Se não houver manutenção preventiva no pavimento, sua durabilidade é reduzida”, diz a professora.

Tempo seco

No tempo seco, afirma Lilian, podem ser feitos serviços de manutenção, enquanto que com as chuvas há um agravamento dos problemas - a água entra pelas rachaduras e pode prejudicar toda a base que sustenta a capa asfáltica. “O ideal é que esses defeitos sejam corrigidos na seca para não piorarem durante a chuva.”

Essa manutenção é feita diariamente, segundo o diretor de execução e conservação da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), Guilherme Chagas. Ele promete enviar uma equipe de técnicos nesta semana para verificar a situação das vias. O problema no Centro, aponta Chagas, seria o tráfego pesado, além da prática dos lojistas de lavar as calçadas e fachadas das lojas. A água, nesse caso, é jogada nas vias, o que prejudica o asfalto. O mesmo ocorre em bairros sem drenagem, como o Setor Bueno.

Há vários bairros cuja pavimentação se encontra em situação mais grave que a do Centro. O que chama a atenção, no entanto, é que o recapeamento do setor central foi feito há pouco tempo. Em dois dias, a reportagem percorreu os três quadrantes recapeados durante as três etapas do programa de 2013 e verificou que o número de rachaduras e fissuras é grande em todas as vias. Os buracos são mais raros, mas foram encontrados nas Ruas 18, 22, 24 e, especialmente, na Rua 4.