Prata nas artes

Data: 26 de outubro de 2015

Veículo: O Popular

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                                                                                                                                       Edu Simões

                                                                            

                                                                                                     Marilda Passos

 

A artista plástica Marilda Passos comemora 25 anos de carreira com a exposição Marilda Passos - 25 Anos de Arte, em cartaz na Praça Victor Civita, em Pinheiros, São Paulo. Nascida em Goiânia, ela formou-se em Direito pela PUC Goiás, mas trocou a atuação na advocacia pela paixão à arte. Fez Artes Visuais na UFG e, desde então, coleciona trabalhos em pintura, desenho, escultura, gravura e, mais recentemente, fotografia. As referências vêm dos passeios que fazia à praia, por isso sua obra traz elementos que remetem às embarcações, com pinceladas abstracionistas e perfil urbano. Marilda vive em São Paulo há quase dez anos, onde deu sequência à produção.

 

Você se formou em Direito e atuou como advogada. Como descobriu as artes plásticas?

Na adolescência, eu morava perto da artista plástica Ana Maria Pacheco e ficava observando o trabalho dela. Ficava apaixonada pelo processo com que trabalhava. Isso me incentivou. Antes, já gostava de desenhar. Então fui estudar artes.

Sua obra tem um viés urbano. É intencional?

Meu trabalho tem alguma coisa a ver com meu olhar. Não sei a razão. Quando desenho, traço várias linhas aleatórias. Dessas linhas começo a construir meu mundo. É quase um abstracionismo, com referências no mundo real.

Nesses 25 anos de carreira, você faz pintura, desenho, escultura e gravura. Agora está fazendo também fotografias?

Sim. Agora que moro em São Paulo, desenho todos os dias com nanquim, faço mais gravuras e técnicas mistas sobre papel. Há quase dois anos fiquei alucinada por fotografia. Todo meu trabalho tem vestígios do que passei no litoral paulista durante as viagens de férias na infância e na adolescência. Eu ficava observando barcos e velas. Isso ficou guardado na minha memória. Sempre que vejo as embarcações, a água, o pôr do sol, o nascer do sol, as cenas de quando o cenário vai mudando as cores, logo direciono as imagens para o papel, não de forma tão real, mas pego alguns detalhes. Até na fotografia sou assim. No prédio onde moro vejo reflexos numa vidraça que se assemelham a essas coisas do mar, às embarcações, aos veleiros. Fotografo e vou colecionando. Depois exponho as melhores.

Como é o reconhecimento do artista goiano nos grandes centros?

Estou em São Paulo há quase dez anos. Vejo que estamos bem representados. Artistas como Siron Franco e Ana Maria Pacheco têm trabalhos maravilhosos em exposições. As galerias gostam dos trabalhos dos goianos. Existe o reconhecimento.

Você está expondo na Praça Victor Civita (SP). O que achou do espaço?

Ali funcionava um incinerador. O projeto da praça é resultado de iniciativa do Grupo Abril e parceiros, que transformaram a área. Hoje é um lugar de localização privilegiada onde as famílias passeiam. A arborização é maravilhosa. A praça tem de tudo, apresentações musicais, aulas de artes, centro de convivência, aulas para idosos. É muito gratificante para a população pela convivência com a arte.

Esse projeto da praça mostra o poder de transformação da arte?

Sim. A praça interage. Fiquei muito emocionada de ver a minha arte ter sido usada assim, dando acesso à população. Cada um vai entender o espaço de uma maneira. Observo a maneira como as pessoas vão percorrendo o local. Lembrei da minha adolescência. A primeira vez que entrei numa galeria foi na Casa Grande Galeria de Arte, em Goiânia, que depois deu origem à Fundação Jaime Câmara. Naquela época isso me empolgou a dar continuidade na minha paixão pela arte. A primeira seleção de que participei na minha carreira, no projeto Novos Valores, teve Amaury Menezes entre os jurados. Fui selecionada com duas telas. Depois participei de vários salões e fui fazendo exposições.