Laudo final deve demorar 4 meses

Data: 29 de outubro de 2015

Veículo: O Popular

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Retomada das obras do complexo trabalhista atingido por incêndio há 25 dias depende de conclusão das investigaçãoes criminal e estrutural

 

Obra da nova sede do TRT em Goiânia, na Rua T-51 do Setor Bueno: atraso após incêndio

 

Eduardo Pinheiro

As obras do Complexo Trabalhista do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) ainda dependem de perícias para voltar a caminhar. Vinte e cinco dias após o incêndio que atingiu boa parte do canteiro de obras do prédio, tanto as investigações policiais quanto a perícia estrutural ainda buscam as causas e mensuram os estragos no arcabouço do anexo. O laudo final pode demorar até quatro meses para ficar pronto.

Após o incêndio, as investigações se dividiram em duas frentes: uma criminal e outra estrutural. A criminal está por conta da Polícia Federal (PF), que apura se o fogo teve origem criminosa e os possíveis autores. Essa perícia fica por conta da divisão da polícia judiciária criminal, com prazo de 30 dias para a produção do laudo. Esse prazo pode ser prorrogável por mais um mês, dependendo da complexidade do caso. A instituição, no entanto, não informa se será preciso a prorrogação.

A empresa responsável pela obra chegou a contratar uma perícia após o incêndio. Na ocasião, o engenheiro responsável avaliou que a obra necessitará de reparos, mas não que houve rompimentos de vigas ou lajes que comprometessem a estrutura. Foi preciso, no entanto, outro diagnóstico para saber quais são exatamente os reparos a serem feitos. O prazo para esse diagnóstico ficar pronto ainda não expirou. Funcionários da Concretiza Construtora e Incorporadora, de Brasília, chegaram a dizer que poderiam continuar a construção, mas que teriam de refazer apenas a última laje. Representantes da empresa não foram localizados pela reportagem.

Nova perícia

A presidência do TRT, por outro lado, avalia que aquela primeira perícia estrutural não foi o suficiente. Há duas semanas, o presidente do órgão, desembargador Aldon Taglialegna, entregou um ofício ao reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Orlando Afonso Valle do Amaral, solicitando apoio para a realização de perícia nas obras de ampliação do tribunal. O intuito é que se aprofundem as perícias, com análise em laboratório, para assim estabelecer seguramente as dimensões dos danos causados pelo fogo.

O professor de engenharia civil da UFG Oswaldo Cascudo Matos afirma que a proposta de trabalho técnico para avaliação da estrutura do anexo do TRT está pronto e deve ser entregue à presidência nesta semana. Com o aval sobre os custos e os procedimentos necessários, será montada uma equipe com engenheiros da universidade. O laudo, no entanto, só ficaria pronto em quatro meses. “O fogo atingiu o prédio de maneira considerável, é preciso avaliar toda a estrutura, para assim aferir o grau de comprometimento e se será preciso reforço”, diz. Somente após essas avaliações, as obras poderiam ser retomadas.

A obra completa do complexo trabalhista está calculada em R$ 200 milhões. O local terá mais uma torre de cinco andares e subsolo de três andares, assim como o primeiro prédio em construção, além de uma praça entre os edifícios da nova sede do TRT, na Rua T-51. Pouco menos de uma semana depois do incêndio, as 18 varas do TRT e o Centro de Conciliação voltaram a funcionar.