Em cena, a integração

Data: 23 de fevereiro de 2016

Fonte/Veículo: O Popular

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Encontro Procena discute acessibilidade a partir do ponto de vista das artes cênicas com programação de espetáculos, cursos e debates

23/02/2016 05:00GugaBarretoHD

Sem Conservantes, montagem do grupo Giradança, do Rio Grande do Norte, abre hoje o evento

 

Rodrigo Alves

A diversidade das linguagens artísticas também são ferramentas para a inclusão de portadores de necessidades especiais e deficiência física. O assunto movimenta, a partir de hoje, o Centro Cultural UFG e o Teatro Escola Basileu França que recebem até sexta-feira o encontro Procena – Acessibilidade e Outras Perspectivas, que mistura programação de espetáculos com mesas-redondas e debates sobre o tema.

Ao final de cada dia, após os encontros entre debatedores especialistas, o programa destaca espetáculos cênicos que de alguma forma se relacionam com a inclusão. Hoje, na abertura da programação artística, o destaque é o espetáculo Sem Conservantes, premiada montagem do grupo Giradança, do Rio Grande do Norte, que tem no elenco atores-bailarinos portadores de deficiência.

A ideia do espetáculo nasceu em 2011, durante o Festival Move Berlim, no qual o Giradança se encontrou com a dupla Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira. A convite de Ana Catarina, o bailarino e fundador do grupo, Roberto Moraes, participou de um workshop que a dupla realizou durante o festival. Desde então havia ficado o desejo de compartilharem experiências em cena.

Amadurecimento

Foram necessários cinco anos para que a intenção do passado se tornasse concreta. O resultado é Sem Conservantes, primeiro espetáculo de uma trilogia nascida da ideia original. Neste primeiro resultado, os artistas trabalham com seus processos e metodologias de criação, amealhados ao longo de 15 anos dos trabalhos de Ângelo e Ana Catarina.

Para isso, os dois dividiram seus processos e cada um ficou responsável por uma parte, para que depois o material recolhido fosse organizado em uma coreografia. A dramaturgia desenvolvida estabelece relações das compilações de cada um. Segundo os criadores, tratam-se de “fragmentos da memória” presentes em fotografias de espetáculos anteriores, como Somtir (2003), Outras Formas (2004) e Clandestino (2006).

No processo de concepção, de acordo com os artistas, é possível observar o desenvolvimento do bailarino como um captador das imagens que resultam no aparecimento da linguagem da dupla. É o que chamam de “corpo fotográfico”, a criação a partir da relação com o registro fotográfico e com o que o outro está construindo simultaneamente.