Ela é amarga, mas faz sucesso na mesa goiana

Data: 26/02/2016

Veículo: O Popular

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Processamento da guariroba, amplamente cultivada em Goiás, facilita comércio e consumo

26/02/2016 05:00 Marcello Dantas

José Batista de Faria Neto cultiva 3 mil pés de guariroba por hectare, em uma área de 150 hectares, em Itapuranga

 

Produtor de guariroba em Itapuranga (GO) há 24 anos, José Batista de Faria Neto percebeu que poderia agregar valor à produção a partir do processamento da matéria-prima, oferecendo ao consumidor mais praticidade para armazenar e preparar o alimento. Para isso, participou de uma pesquisa da Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG) há 20 anos. Hoje, ele e seu irmão e sócio Marcelo Chaves de Faria se dedicam à produção e comercialização, exclusivamente, do palmito embalado, em conserva e cortado em fatias.

Hoje, o produto é um sucesso no mercado, mas não foi sempre assim. Nos três primeiros anos do processamento em indústria, a aceitação não foi boa, pois se tratava de uma forma diferente de adquirir e consumir a guariroba, que tradicionalmente era vendida in natura.

Atualmente, a aceitação do produto processado é melhor do que a do palmito in natura, “principalmente para restaurantes e consumidores que moram em apartamento”. O consumidor tem como vantagem o preparo mais rápido e prático do alimento, sem a produção de resíduos resultante da limpeza do palmito, e o produtor agrega valor à produção, obtendo maior lucratividade.

Um palmito de guariroba de 1 quilo, por exemplo, é vendido ao consumidor final por até R$ 12. Processado, com o mesmo peso custa de R$ 18 a R$ 19.

A produção de guariroba de José Batista de Faria Neto é realizada em uma área de 150 hectares no município de Itapuranga. Em cada hectare são cultivados até 3 mil plantas.

O ciclo da cultura, do plantio da semente no campo à colheita, é de 3 a 4 anos. Por mês, o agricultor comercializa cerca de 7 mil quilos do produto, por meio de um ponto de venda na Ceasa e distribuidores parceiros.

Para atender à demanda e manter o estoque, José Batista Neto está sempre replantando, à medida que colhe os palmitos. Além disso, parceiros na mesma região também fornecem a matéria-prima. Para produzir e comercializar a guariroba, por ser uma planta nativa, é necessária a licença de corte e comercialização da Agência Ambiental, explica o produtor.

O palmito do cerrado

O palmito do cerrado