Interesse por política é pouco ou nulo para 81% dos goianienses, diz UFG

Data: 12/03/2016

Veículo: Destakinews

Link da notícia: http://www.destakinews.com.br/exibe.php?id=100492&cod_editorial=1&url=index.php&pag=0&busca=#.VuhQivkrLcs


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Pesquisa divulgada pela Universidade Federal de Goiás (UFG) traçou um panorama sobre os eleitores de Goiânia. Segundo o levantamento, 81% dos entrevistados têm pouco ou nenhum interesse por política. Além disso, dois terços dos votantes relacionam o tema com o sentimento de decepção.

O estudo, denominado "O comportamento político do eleitor goianiense”, concluiu ainda que 64% dos eleitores acreditam que os políticos não se preocupam com pessoas como elas e que os partidos políticos são considerados "todos iguais" por um a cada sete ouvidos.

Os dados foram coletados entre os dias 14 de novembro de 2015 e 17 de janeiro deste ano. Foram ouvidas 1,2 mil eleitores com idade superior ou igual a 18 anos. A margem de erro é de 2,9% para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.

 

"Quando me perguntam se o momento político influencia, digo sim e e não. Sim porque em um contexto com tantas denúncias a população tende a querer achar um culpado, no caso, a classe política. E não porque esse resultado é muito recorrente, não se relacional com algo muito específico e pontual", disse ao G1.De acordo com o coordenador da pesquisa, professor Pedro Santos Mundim, a quantidade de pessoas pouco ou desinteressadas pela política, apesar de alta, estava dentro o previsto. Mas é preciso cautela para analisar a influência do atual cenário político nesta situação.

Já em relação ao sentimento de decepção, o pesquisador explica que ele está diretamente ligado ao momento político e que pode variar de acordo como este panorama se apresenta.

Povo comprova tese

O G1 foi às ruas de Goiânia para repercutir a pesquisa com eleitores. A maioria deles ratificou os dados e se definiu como pouco preocupado com a situação política.

A dona de casa Marlene Ferreira Martins, de 71 anos, é uma das goianienses que não se importam com o assunto. "Não tenho nenhum interesse. Só queria que melhorasse, mas acho que hoje os eleitores mais novos estão sem foco. Todos os políticos são ruins, atuam somente para o bem próprio e nunca para os pobres", reclama.

 

O vendedor de cocos Ademilton de Oliveira Gomes, de 37 anos, tem uma visão parecida. Para ele, os políticos deveriam pensar mais nas pessoas para administrar os órgãos públicos.

A idosa disse que está tão descrente que no próximo pleito vai exercer o direito de não ser mais obrigada da votar. Sem apresentar posicionamento partidário, ela também condena as manifestações alegando que muitos vão apenas para "promover baderna e arruaça".

"Eles não tem que estar ali por ele, mas pelo povo. Antes das eleições, eles vêm aqui e prometem um monte de coisas, mas depois nunca aparecem. Além disso, mesmo se a pessoa for boa, quando entra no meio, é corrompida. Aí a gente vai se conscientizar, fica com mais raiva ainda", opina.

Na opinião do representante comercial Anderson Lopes, de 44 anos, a política é uma área "desacreditada". "Todo mundo só entra para se aproveitar, tudo a mesma coisa. Me fale um político honesto? Esse cenário atual está muito complicado", destaca.

Contrariando a maioria, a professora Ione de Souza Correia, de 38 anos, diz que se interessa bastante por política e que o grande número de denúncias e notícias ruins a faz pesquisar ainda mais sobre o tema. Segundo ela, há políticos honestos.

"Não sou contra este ou aquele político. Sou contra a pessoa corrupta. O ruim é que isso dificilmente vai mudar, pois já é uma cultura do brasileiro, que sempre dá um jeitinho", pontua.