Pesquisadores realizam voo com veículo aéreo não tripulado para investigar as condições do Cerrado

Data: 02/06/2016

Fonte/Veículo: Instituto Federal de Goiás - Campus Goiânia

Link direto para a notícia: http://www.ifg.edu.br/goiania/index.php/component/content/article/1-latest-news/3566-vant-nauru-500a

 

Professor João Côrtes apresenta vant Nauru 500A.Equipamentos voadores pilotados remotamente têm sido utilizados para múltiplos serviços no Brasil. Com aplicações tanto para fins comerciais quanto científicos, o mercado já conta com modelos que variam entre Drones, Vants (Veículos Aéreos Não Tripulados) e ARPs (Aeronaves Remotamente Pilotadas). Em Goiás, no próximo domingo, 5 de junho, pesquisadores do Câmpus Goiânia do Instituto Federal de Goiás (IFG), do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig) da Universidade Federal de Goiás (UFG), do Instituto Federal Goiano (IFGoiano) e da Universidade Estadual de Goiás (UEG) realizam o primeiro voo do Vant Nauru 500A, às 9 horas, no Aeroclube Santa Rosa, na zona rural de Goiânia (saída para Bela Vista). A aeronave com voo automatizado foi adquirida pelo IFG, com objetivo de mapear relevos e investigar as condições ambientais do Cerrado goiano.

Batizado com o nome de origem tupi-guarani “Nauru”, que significa “bravo”, “guerreiro”, “valente”, o vant terá seu uso científico compartilhado por pesquisadores das instituições de ensino participantes do projeto. O coordenador do voo experimental e professor do Instituto Federal de Goiás (IFG) – Câmpus Goiânia, João Côrtes, ressalta que, com o Nauru 500A, os pesquisadores das quatro instituições de ensino poderão fazer o monitoramento aéreo e a fiscalização de áreas de preservação permanente (APP's), como reservas e parques em Goiás, visando subsidiar pesquisas neste primeiro momento.

“A partir das imagens aéreas obtidas, o intuito é pesquisar a geomorfologia e as condições da vegetação nativa na bacia do alto e médio Rio Vermelho, realizando um aerolevantamento que irá abranger uma área de 50 quilômetros quadrados (km²), nos municípios de Goiás e Itapirapuã.”, explica o professor João Côrtes. Os dados sobre a vegetação remanescente, espécies de plantas, espessura das árvores, dentre outros, serão utilizados para gerar um Modelo Digital de Terreno (MDT), Modelo Digital de Superfície (MDS), dentre outros mapeamentos, que servirão de apoio para uma tese de doutorado e dissertações de mestrado.

 

Sobre o Vant

Vant Nauru 500A

O veículo aéreo não tripulado Nauru 500A é considerado uma aeronave pela Agência Nacional de  Aviação Civil (ANAC), contendo até mesmo prefixo de identificação. Possui um peso total de 20 quilos e tem autonomia de voo de pouco mais de cinco horas e capacidade de comunicação de até 30 quilômetros. É movido por um motor a combustão e pode atingir a velocidade de 108 quilômetros por hora, além de alcançar uma altura máxima de voo de três quilômetros acima do solo. É equipado com sistema de navegação por satélite em tempo real, carrega uma câmera de 36 megapixels e possui dispositivo de segurança (paraquedas).

De acordo com o professor João Côrtes, a utilização de Vants promove avanços no mercado da fotogrametria aérea brasileira, pois alia baixo custo de operação, ausência de tripulação (piloto, copiloto, engenheiro mecânico e operador de câmera), possibilita voos a alturas mais baixas, além de permitir uma maior repetibilidade de imagens, se comparada à fotogrametria convencional feita com auxílio de aeronaves bimotores tripuladas.

Segundo o docente, enquanto o serviço convencional de fotogrametria numa aeronave tripulada exige grande investimento financeiro e consome, num voo de cinco horas e meia, cerca 220 litros de combustível; o vant Nauru 500A, por sua vez, gasta apenas cinco litros de combustíveis no mesmo tempo, sem a exigência de tripulação na aeronave e com voo automatizado, utilizando controle remoto apenas para decolagens e aterrissagens do Vant. Os pesquisadores desejam, futuramente, automatizar em 100% as operações com o Nauru 500A, deixando, assim, de fazer uso do controle remoto.

 

Licença para voo

O primeiro voo do Nauru 500A neste domingo foi autorizado pela ANAC, conforme licença denominada de Certificado de Autorização de Voo Experimental (CAVE), que é fornecida às universidades ou às entidades de pesquisa. No Brasil, só há dois vant's com esse tipo de certificação concedida exclusivamente para institutos de pesquisa, segundo Côrtes.

De acordo com o professor, a autorização da ANAC é uma das exigências para a utilização de Drones, Vant's ou ARP's, pois o uso desses veículos possui restrições, como: não podem sobrevoar áreas povoadas e que tenham aglomeração de pessoas; não devem ser usados nas proximidades de aeroportos ou aeródromos; e a altura máxima permitida para o voo destes modelos é de pouco mais de 121 metros acima do solo.

Outro tipo de licença concedida pela ANAC é a de Circulação de Informações Aeronáuticas, que é destinada a Drones ou Vant's utilizados para fins comerciais, como: entrega de produtos, filmagem de eventos, dentre outros. Nesses casos, deve-se solicitar à ANAC a autorização de voo, com, no mínimo, 15 dias de antecedência do evento, constando as características do equipamento, tamanho, potência, trajeto do voo e capacidade de comunicação.

Para a legalidade do voo do Nauru 500A, foi necessária também a autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), que confere licença para o uso de rádio na transmissão da telemetria e imagens de câmera.

 

Entre Drones, Vant's e ARP's

Apesar de não haver grandes diferenças entre Drones, Vant's e ARP’s, na prática, esses modelos se distinguem em relação ao modo de pouso e decolagem, conforme explica o professor João Côrtes. Assim, enquanto o Drone pousa e decola na vertical, o Vant, como o Nauru 500A, necessita de uma pista para pouso e decolagem.

Além disso, o Drone ou o Vant se diferenciam dos tradicionais aeromodelos, visto que esses últimos não podem carregar nenhum dispositivo que não seja utilizado no voo. Já os Drones e Vants podem ter carga útil embarcada, como uma câmera, que não é necessária para fazer o equipamento voar.

 

Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia.