Segurança na universidade

Data: 18/11/2014

Veículo: O Popular

 

A necessidade de maior interação das universidades com a sociedade brasileira sempre foi apontada como caminho para proporcionar retorno social dos conhecimentos e pesquisas desenvolvidos na academia. Nos últimos tempos, porém, a discussão tomou uma via inversa: a violência invade os câmpus, como a lembrar que as universidades não são mesmo uma ilha isolada da realidade na qual se inserem.

Notícias recentes sobre crimes cometidos na Universidade de São Paulo (USP), apontada como a melhor do País em rankings internacionais, causam perplexidade. As denúncias envolvem alunos em situações de homofobia, racismo e até estupro. Além disso, são muitas as queixas de assaltos e furtos.

Infelizmente, não se trata de caso isolado. Em Goiânia, como mostra reportagem publicada hoje neste jornal, a Universidade Federal de Goiás (UFG) teve de instalar 300 câmeras em locais estratégicos nos dois câmpus da capital para que diminuíssem ocorrências de roubos e furtos. E há planos de instalar câmeras no estacionamento do Câmpus Samambaia, situado em local mais afastado e cercado de bosques, o que favorece a ação de assaltantes e o tráfico de drogas. Nesse cenário de insegurança, não faz sentido haver polêmica sobre uma atuação mais efetiva da polícia nos câmpus, por ser área federal. O trabalho da PM se restringe hoje a identificar e deter suspeitos apenas nos arredores, o que tem se revelado insuficiente.