Celg deve investir 1,6 bi em 4 anos

Data: 20/11/2014

Veículo: O Popular

 

 

Anúncio foi feito ontem pelo presidente da Eletrobras. Ele alerta que resultados virão só a longo prazo

 

 

Caiado solicitou a audiência com José da Costa

 

O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, anunciou ontem, em audiência na Câmara dos Deputados, um plano de investimentos para a Celg no valor de R$ 1,6 bilhão para os próximos quatro anos. Ainda que o total represente quase quatro vezes o montante aplicado de 2011 a 2014 (veja quadro), os resultados aparecerão a longo prazo, por conta da deterioração do sistema e da grande demanda.

Segundo o presidente da estatal federal, que passa a ter o controle acionário da Celg na operação de federalização, a meta é que a Celg esteja entre as melhores distribuidoras do País em dez anos. Segundo ele, ao final dos próximos quatro anos, com os investimentos previstos, a Celg poderá estar entre as cinco melhores. “Estará melhor que a média brasileira, disso eu tenho convicção”, afirmou.

Considerada pelo ranking da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a pior distribuidora do Brasil em 2013, a Celg não deve mudar a posição no relatório de 2014. Levantamento feito pelo POPULAR nos indicadores de continuidade da empresa, divulgados pela própria Aneel, mostra que, de janeiro a setembro deste ano, o consumidor goiano ficou em média 28 horas no escuro. São quase três horas a mais sem energia do que o apurado no mesmo período no ano passado.

A frequência de quedas também aumentou um pouco – 18,93 vezes, em média, por consumidor nos nove primeiros meses do ano. Considerando que os três últimos meses do ano são aqueles em que há maior frequência de quedas e por maior tempo, a companhia deve novamente bater recorde de indicadores negativos.

José da Costa lembrou que o consumidor goiano hoje fica o dobro da média nacional sem energia. Ele disse que é preciso “um pouco de paciência” porque haverá um volume grande de obras e os resultados surgirão aos poucos. “Ainda não está dentro do ritmo desejado, mas os investimentos críticos estão em curso”, afirmou, detalhando em apresentação de slides os investimentos previstos por região do Estado.

O presidente da Eletrobras afirmou ainda que a demanda de Goiás por energia é muito grande, por conta do crescimento do mercado. “É um crescimento chinês. Enquanto no País, temos de 3 a 3,5%, em Goiás é de 6,3%, chegando a 7% em 2015”, comparou.

José da Costa disse que a operação de federalização da Celg evitou o processo de caducidade da empresa, “o que geraria uma grande prejuízo ao Estado”. Ele detalhou pontos que melhoraram na situação da empresa, como redução das dívidas e aumento da arrecadação (veja quadro) e reafirmou que o valor estabelecido pelas ações foi acertado por duas avaliadoras – uma contratada pelo Estado (Funape/UFG) e outra pela Eletrobras (Deloitte). A operação estabeleceu o preço de R$ 59,5 milhões pelos 51% das ações da Celg.

CRÍTICAS

A audiência, na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara, foi solicitada pelo deputado federal Ronaldo Caiado (DEM), que criticou a operação de federalização – que ele chamou de “maior crime contra o patrimônio goiano”.

Caiado comparou o modelo da operação com a proposta discutida pelo governo anterior, de Alcides Rodrigues, que mantinha o controle acionário ao Estado de Goiás e disse que a negociação final foi prejudicial ao Estado. Criticou ainda a dívida não contabilizada pelo Estado (no governo anterior de Marconi Perillo, PSDB), os empréstimos a juros altos feitos pela companhia e o alto porcentual de reajuste tarifário solicitado pela distribuidora.

O deputado também criticou o fato de a operação ter sido fechada no período eleitoral, com liberação de mais R$ 1,9 bilhão de empréstimo para o Estado. “É mais uma dívida para o Estado. Esse empréstimo eu vou me aprofundar nele. Porque as informações não são republicanas. Vou me ater a elas. Vou buscar a origem de toda essa negociação. Não podemos perder a maior empresa do Centro-Oeste brasileiro com tudo isso que aconteceu. Essa será a minha responsabilidade como senador”, afirmou.

O presidente da CelgPar, Fernando Navarrete, que participou da negociação da federalização como representante do Estado e também esteve na audiência, rebateu as críticas e defendeu a operação.

 

 

Projeto de linha deve ser revisado

(F.P.)20 de novembro de 2014 (quinta-feira)

Diante de protestos de moradores de bairros da Região Sudoeste de Goiânia, que estiveram ontem na audiência pública na Câmara dos Deputados, o presidente da Eletrobras, José da Costa Neto, se comprometeu a determinar a revisão do projeto de instalação de linha de transmissão de energia da Subestação Carajás no local.

Os moradores já fizeram uma série de protestos, alegando prejuízo à saúde das pessoas e riscos para a região. Em outubro, a Justiça chegou a conceder liminar para a suspensão das obras. Já a Celg argumenta que fez estudos por cinco anos que garantem segurança dos moradores, além de ter obtido todas as licenças ambientais e seguir regras da Aneel.

O presidente da Eletrobras disse que a Celg não pode chegar a meados de 2015 sem a obra “sob pena de problema muito grande (de fornecimento de energia) na região”. Ressaltou que a expansão foi aprovada por todas as autoridades públicas. “Tem jeito de ter outro traçado?”, perguntou, sob gritos dos moradores, respondendo que sim. “Então vamos chamar a Aneel, autoridades ambientais e abrir esse diálogo. Vou orientar a Celg para buscar uma solução que atenda o prazo necessário e coloque a rota mais adequada.”

A direção da Celg informou que não vai paralisar as obras, mas seguirá a orientação do presidente da Eletrobras de estudar alternativas nos trechos em que há questionamentos. “Não vamos abandonar as obras porque há um risco de racionamento no ano que vem. Vamos fazer novos estudos e buscar uma solução de enterrar ou ainda desviar em alguns locais, mas essa obra é a espinha dorsal para atender a demanda em Goiânia”, afirmou o vice-presidente Elie Chidiac, questionado pelo POPULAR sobre o caso.

 

 

Projeto de linha deve ser revisado

(F.P.)20 de novembro de 2014 (quinta-feira)

Diante de protestos de moradores de bairros da Região Sudoeste de Goiânia, que estiveram ontem na audiência pública na Câmara dos Deputados, o presidente da Eletrobras, José da Costa Neto, se comprometeu a determinar a revisão do projeto de instalação de linha de transmissão de energia da Subestação Carajás no local.

Os moradores já fizeram uma série de protestos, alegando prejuízo à saúde das pessoas e riscos para a região. Em outubro, a Justiça chegou a conceder liminar para a suspensão das obras. Já a Celg argumenta que fez estudos por cinco anos que garantem segurança dos moradores, além de ter obtido todas as licenças ambientais e seguir regras da Aneel.

O presidente da Eletrobras disse que a Celg não pode chegar a meados de 2015 sem a obra “sob pena de problema muito grande (de fornecimento de energia) na região”. Ressaltou que a expansão foi aprovada por todas as autoridades públicas. “Tem jeito de ter outro traçado?”, perguntou, sob gritos dos moradores, respondendo que sim. “Então vamos chamar a Aneel, autoridades ambientais e abrir esse diálogo. Vou orientar a Celg para buscar uma solução que atenda o prazo necessário e coloque a rota mais adequada.”

A direção da Celg informou que não vai paralisar as obras, mas seguirá a orientação do presidente da Eletrobras de estudar alternativas nos trechos em que há questionamentos. “Não vamos abandonar as obras porque há um risco de racionamento no ano que vem. Vamos fazer novos estudos e buscar uma solução de enterrar ou ainda desviar em alguns locais, mas essa obra é a espinha dorsal para atender a demanda em Goiânia”, afirmou o vice-presidente Elie Chidiac, questionado pelo POPULAR sobre o caso.