Secretaria vai concentrar atendimentos

Data: 28/11/2014

Veículo: O Popular

 

 



Diomício Gomes 

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Unidade de saúde do município: rede terá modificações

 

 

A falta de médicos provocou uma reestruturação na rede municipal de saúde. Projeto elaborado pela Prefeitura, previsto para ser concluído em seis meses, concentra atendimentos de urgência em quatro unidades e emergência pediátrica em dois centros administrados pelo Município.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o déficit de médicos atualmente é de 149 profissionais. Estão em aberto 67 vagas para clínica geral, 48 para pediatria, 30 para emergencista, 3 para cirurgia geral e 1 para intensivista.

Mesmo convocando os 454 aprovados no último concurso, abrindo contratos especiais de credenciamento e ampliando a carga horária dos profissionais interessados, ainda tem muito furo na escala, principalmente nos fins de semana e feriados. A gente tem de fazer a gestão disso”, diz o secretário municipal de Saúde, Fernando Machado.

Com a reestruturação, os atendimentos de urgência vão se concentrar nos Centros da Atenção Integrada à Saúde (Cais) Campinas, Novo Mundo, Jardim Curitiba e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Itaipu.

O secretário informa que as emergências pediátricas, quando a criança está em uma situação de risco de morte, vão se concentrar nos Cais Campinas e Novo Mundo e nos Hospitais Materno Infantil (HMI) e das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG). Apenas os dois primeiros são administrados pela SMS. “O município não os administra mas faz a gestão da rede de urgência e emergência. Essa regulação para o HMI e HC já é feita atualmente”, responde.

Machado afirma que não se trata de redução, mas de reorganização da rede. “A ideia é centralizar para agilizar o atendimento ao paciente mais grave e reduzir o tempo de espera daqueles em situação menos grave”, argumenta o secretário.

Qualquer criança que chegar a uma unidade, segundo o secretário, será atendida. Mas se a classificação de risco constatar que o caso é mais grave, ela será encaminhada para uma das quatro unidades pólo. “Os demais atendimentos continuarão sendo feitos normalmente pelos generalistas, como acontece na estratégia de saúde da família, que cuida desde o recém-nascido ao idoso”, justifica.

O secretário admite que as medidas vão causar descontentamento à população e a alguns médicos. “Quem não quer ter um hospital perto de casa para um momento de emergência? Quem não quer trabalhar perto de casa?”, questiona. Mas Machado garante que nenhum profissional será obrigado a fazer um trabalho para o qual não se sente apto. Segundo ele, as mudanças são necessárias, mas serão feitas por adesão e após conversas com os representantes da categoria e do Ministério Público do Estado de Goiás.

O Sindicato dos Médicos do Estado de Goiás (Simego) questiona a forma como a SMS encontrou para solucionar o problema da falta de profissionais. De acordo com o diretor do Simego, Robson Azevedo, alguns servidores procuraram o sindicato para reclamar que estavam sendo obrigados a assinar o termo de adesão à categoria de emergencista. “Não existe essa especialidade”, diz.

Outro questionamento é o fato dos clínicos gerais passarem a atender no lugar dos pediatras. “Boa parte das crianças que vão a essas unidades não está em estado grave. Os clínicos vão passar a atender, rotineiramente, o paciente pediátrico, que não é um adulto em miniatura. A criança é um paciente especial e precisa do especialista”, diz.

 

 

 

Algumas áreas sem mudanças

28 de novembro de 2014 (sexta-feira)

As mudanças planejadas pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) não atingem o atendimento ambulatorial, marcado via teleconsulta, pelo número 08006461560. “No ambulatório, as crianças vão continuar sendo atendidas por profissionais com especialização em pediatria”, afirma o diretor de Atenção à Saúde da SMS, Sandro Rodrigues.

O diretor também afirma que o atendimento de urgências simples dos pacientes de todas as faixas etárias continuará a ser feito nas 17 unidades 24 horas da rede. “Quem estiver com uma dor de garganta, por exemplo, poderá procurar o Cais mais próximo de casa.”