Grande Goiânia avança no IDH

Data: 26/11/2014

Veículo: O Popular

 

 

Número de áreas com alto índice de qualidade de vida aumenta três vezes em uma década

Benedito Braga

Região Sul da capital, onde estão condomínios horizontais, tem IDHM elevado

Em 10 anos, a Grande Goiânia pulou de 9º para 7º lugar no ranking das regiões metropolitanas brasileiras com melhor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). Isso foi possível, segundo relatório produzido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), principalmente pelo crescimento de microrregiões dentro da região metropolitana que estão com IDHM acima de 0,800 - o que é considerado muito alto: passou de 37 para 108. De acordo com o PNUD, 645 mil pessoas vivem nestas microrregiões.

 

Estas microrregiões são classificadas pelo PNUD como Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs) e se referem a áreas com o maior nível de homogeneidade possível em relação a dados socioeconômicos. Por exemplo, o Setor Bueno, em Goiânia, foi dividido em sete UDHs e, em alguns casos, estas áreas foram anexadas a outros bairros por causa das semelhanças nos dados. Já Goianápolis como um todo é uma única UDH.

Em 2000, a região metropolitana de Goiânia tinha 76 UDHs que se encontravam com um baixo IDH (abaixo de 0,500). Hoje nenhuma microrregião está nestas faixas. Ao todo, o PNUD encontrou 256 UDHs na região metropolitana. Há uma década, eram 245. Além das 108 que contam com um IDH muito alto, outras 79 se encontram na faixa entre 0,700 e 0,799, o que é considerado alto, abrangendo 838 mil pessoas. Já o restante - 69 UDHs ou 687 mil pessoas - estão na faixa entre 0,601 e 0,699, o que para o PNUD indica médio desenvolvimento.

A Região Sul de Goiânia e bairros com condomínios fechados são as que possuem maiores IDHMs de Goiânia. Os Setores Alphaville Flamboyant, Jardim Munique, Portal do Sol, Aldeia do Vale, Monte Verde e Bueno, principalmente na região da Avenida T-63 e Parque Vaca Brava apresentam qualificações consideradas muito altas pelo PNUD.

O índice, produzido pelo PNUD, em parceira com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro (FJP), avalia que essas regiões possuem pontuação de 0,953, próximas de países de Primeiro Mundo. O estudo detalhou bairro por bairro da capital e demonstra que houve poucas mudanças em relação aos locais de concentração de riqueza em Goiânia.

Por outro lado, bairros periféricos como o Residencial Itapuã, na Região Oeste da capital, o Monte Pascoal, na Região Noroeste, o Setor Eldorado Oeste e Lírios do Campo continuam como os locais com os piores índices de desenvolvimento humano da cidade. Ainda assim, houve melhora geral. Enquanto esses bairros registraram 0,497, em 2000, dez anos depois subiram para 0,636. Um aumento considerável.

O índice é construído a partir de uma variação de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano e próximo dos países desenvolvidos. Neste sentido, houve melhora em toda a capital, quando considerado a comparação do ano 2000 para 2010. Enquanto naquele ano, a média era de 0,715 de IDHM, em 2010 saltou para 0,799. Há 14 anos, apenas os bairros mais centralizados eram considerados com faixa de desenvolvimento humano muito altas, que variam de 0,800 a 1.

 

 

Melhoria em índices de educação e mortalidade

26 de novembro de 2014 (quarta-feira)

No quesito Educação, foi analisado a proporcão de crianças e jovens frequentando ou tendo completado determinados ciclos. Entre 1991 e 2010, as proporções aumentaram, em 28,05% para crianças de 5 a 6 anos (em 2010 83,22% estavam na escola), 38,45 pontos percentuais para crianças de 11 a 13 anos (88,42% frequentavam instituições de ensino em 2010. A proporção de jovens de 15 a 17 anos com ensino fundamental completo em 2010 foi de 72,20%.

A de crianças com menos de um ano de idade é um dos principais quesitos para a avaliação da longevidade, que apresentou o maior número em Goiânia. A capital registrou uma queda de 20,8 mortos por mil nascidos vivos, em 2000, para 13,1 por mil nascidos vivos, em 2010. Em 1991, a taxa era de 22,7.

O estudo mostra ainda que entre 2000 e 2010, a taxa de mortalidade infantil no país caiu de 30,6 por mil nascidos vivos para 16,7 por mil nascidos vivos. A capital, portanto, apresenta melhores índices que a média com do país, cumprindo uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas. Segundo a meta estabelecida, a mortalidade infantil no país deve estar abaixo de 17,9 óbitos por mil em 2015. Enquanto, a esperança de vida ao nascer cresceu 2,6 anos na última década, passando de 72,7 anos, em 2000, para 75,3 anos, em 2010.

A renda dos goianienses também recebeu sensível melhora. Enquanto em 1991, a renda per capita era de R$ 693,72, em 2000 subiu para R$ 1.001,94 e finalmente para R$ 1.348,55.

 

 

 

Todas cidades da região metropolitana melhoram

26 de novembro de 2014 (quarta-feira)

A região metropolitana de Goiânia está entra as regiões com maior Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do país. A capital goiana e as cidades próximas saltaram do nono lugar, em 2000, com índice de 0.667 (no qual renda era avaliada com 0.735, longevidade 0.781 e educação 0.517), para a sétima posição, com faixa de desenvolvimento considerada alta, atingindo 0.769. Apresentando melhora em todos os quesitos avaliados (com renda a 0.786, longevidade 0.836 e educação 0.691). Os dados são de 2010.

A pesquisa mostra que houve melhora nos índices em todas as 20 cidades que compõem a região metropolitana, segundo o Atlas. Enquanto em 2000, apenas Goiânia estava na faixa de desenvolvimento humano alta, em 2010 toda a região está entre média e alta. Goianira, Caturaí, Trindade, Guapó, Aragoiânia, Caldazinha, Bonfinópolis e Terezópolis de Goiânia, estão abaixo dos 0,699 no índice.

 

 

 

 

Renda e acesso a saúde colocam índice no alto

26 de novembro de 2014 (quarta-feira)

Entre os pontos destacados pelo professor do Instituto de Estudos Socioambientais (IESA) da Universidade Federal de Goiás (UFG), João Batista de Deus, para a melhoria dos índices da região metropolitana está a melhor distribuição de renda e programas municipais e estaduais de saúde. Segundo o pesquisador, o aumento real do salário mínimo nas últimas décadas gerou uma melhoria em cadeia das condições de vida.

A maior renda, considera o professor, promove acesso a alimentação melhor, saúde e educação por parte das faixas mais pobres da população. “De certa forma, as políticas de valorização da renda nas últimas décadas, impacta os índices de miserabilidade. A renda é fundamental para isso” diz. “As famílias alimentam melhor, ficam mais felizes, o filho pode ficar mais tempo na escola e há mais acesso a remédios. Há uma reação em cadeia, que culmina com a melhora no IDH”, completa.

Embora não seja pobre, Goiânia é uma cidade desigual, segundo Batista. Como a cidade é um centro regional, que atrai profissionais e pessoas de uma vasta área de influência que chega ao norte do país, faz com uma parcela da população concentre renda. “Por a cidade exercer forte influencia, um conjunto de atividades acaba concentrado na cidade. Mesmo que os índices tenham melhorado, a concentração permanece.”