Ataques de peixes assustam moradores e turistas

Data: 06 de janeiro de 2015

Fonte: Diário da Manhã

Link da matéria: http://www.dm.com.br/cidades/2015/01/ataques-de-peixes-assustam-moradores-e-turistas.html

 

Piranha: quem é atacado por esse animal, geralmente, perde os pés ou os dedos, afirma especialista(Foto:Reprodução)

Em Goiás, o caso mais recente aconteceu em Caldas Novas durante as festas de fim de ano

 

Saulo Humberto,Da editoria de Cidades

 

Um dos principais pontos turísticos goiano, Caldas Novas tem se destacado, recentemente, devido a outro motivo: os diversos ataques de piranhas, sendo que o mais recente ocorreu no final de 2014. O empresário Rafael Salomão estava nadando no Lago Corumbá, quando os peixes morderam seu pé esquerdo.
De acordo com informações de um site de notícias, ele informa que não havia avisos sobre os riscos no local, e que por ser adulto conseguiu sair rápido, mas se fosse uma criança poderia ter sido fatal. Após o ferimento, o empresário procurou o primeiro atendimento em um posto de saúde da cidade, e depois seguiu para Goiânia. Ele está bem, porém terá que tomar remédios por dez dias para evitar infecções.
A professora de piscicultura do Departamento de Produção Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Fernanda Gomes de Paula explica que normalmente a piranha não ataca por maldade, “ou ela foi ameaçada ou está sentindo fome”.
A quantidade de indivíduos pode estar, diretamente, relacionada ao número de piranhas. De acordo com Fernanda, aumentando o número de pessoas, a probabilidade de ataques aumenta também, porque com mais banhistas, aumenta também o lixo orgânico na água, o que atrai estes animais. A profissional cita, como exemplo, o Araguaia. “A piranha é da região, a gente é que está invadindo”, diz.

ALIMENTO
Em relação ao caso de Caldas Novas, a profissional explica que pode estar faltando alimento para as piranhas, mas que o caso requer estudo. Ela cita que um ataque semelhante aconteceu em Palmas (TO), em uma praia onde haviam quiosques e as pessoas comiam no local, o que atraiam os peixes. Uma forma usada para evitar novos incidentes foi a colocação de telas de proteção na área, limitando o espaço dos frequentadores.
A profissional explica que quem é atacado por esse animal, geralmente, perde os pés ou os dedos, sendo que elas costumam atacar partes como pés, mãos e calcanhar. Se o ataque for de uma quantidade muito alta de piranhas, a consequência é ainda mais grave, podendo chegar a hemorragias.
Em relação as recomendações para quem frequenta rios ou áreas em que podem estar localizadas esses animais, ela é direta. “Procure pessoas da região para verificar se houve ocorrência de algum ataque, se é possível utilizar aquela área, e tenha a consciência de não jogar comida na água.”

 

Servidor público teve dedo arrancado

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Empresário Rafael Salomão mostra o pé atacado pela piranha: medicamentos para evitar infecções(Foto:Reprodução: TV Anhanguera)

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Fernanda Gomes de Paula, professora de piscicultura na UFG: peixe não ataca por maldade, mas porque tem fome(Foto:Arquivo Pessoal)

 

Em abril de 2014, o servidor público Marcelo Abrahão de Oliveira sofreu um ataque de piranhas ao nadar no Lago Corumbá. Os animais atacaram seu pé direito e arrancaram metade de um dos dedos. Devido ao acontecimento, o morador de Goiânia, que aproveitava o feriado de Páscoa na cidade, teve que antecipar a volta para casa.
De acordo com ele, ninguém os avisou sobre os perigos de nadar no local e não havia sinalização informando sobre a presença de piranhas. Para um site de notícias, Marcelo diz que estava na cidade com amigos e todos foram andar de lancha no Lago e que ao chegar próximo de uma cachoeira ele decidiu nadar.
O servidor público afirma que pouco tempo depois de entrar na água, sentiu uma fisgada forte no pé e percebeu que estava sangrando, mas só viu que seu dedo havia sido arrancado quando voltou para a lancha. Após o ataque, ele foi levado para um hospital, onde recebeu medicação e passou por exames, que comprovaram que havia perdido metade de um dos dedos. No mesmo dia, foi liberado e voltou para casa em Goiânia.
No inicio de 2013, outro incidente ocorreu no mesmo local. O sargento do Corpo de Bombeiros Renato Rosa foi atacado enquanto nadava no lago, pois como também compete em provas de triathlon, treinava a parte aquática no local. De acordo com um site de notícias, ele afirma que tinha nadado cerca de 40 minutos, e quando voltava para a margem parou de bater as pernas, momento em que sentiu a mordida. Na época, existia uma placa avisando alertando para o perigo de ataques de piranhas.