Médico afirma que pode haver sobrecarga

Data: 07 de janeiro de 2015

Fonte: O Popular

 

O chefe do departamento de ginecologia e obstetrícia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Washington Luiz Ferreira, corrobora a tese de que o fator cultural prevalece e que as mudanças podem surtir pouco efeito, mas acrescenta que as orientações do governo federal podem sobrecarregar ainda mais a rotina do médico, caso não venham com aparelhamento completo das maternidades.

Ferreira, que também foi presidente da Sociedade Goiana de Ginecologia, avalia que as mudanças são impositivas e criam uma distorção. Segundo ele, os médicos atualmente possuem três ou mais empregos, devido aos salários que considera baixos. Além disso, as maternidades recebem poucos recursos para cuidar e gerir as pacientes, o que cria sobrecarga e falta de condições de trabalho. “Um trabalho de parto dura de seis a oito horas. Não há como um médico tenha dedicação exclusiva a isso. É preciso ter um plantonista e estrutura para receber isso.

Ele salienta ainda que a mão de obra é qualificada e precisa de remuneração adequada. Além disso, a qualidade técnica dos profissionais envolvidos tornou o parto de cesariana seguro, com um índice baixo de complicações. “É preciso dar condições de escolha à paciente. Um médico não vai deixar de cuidar de outras consultas clínicas para dedicação exclusiva. É algo mais complexo para um simples decreto”, avalia.