Balança comercial goiana tem saldo recorde de US$ 2,56 bi

Data: 08 de janeiro de 2015

Fonte: O Popular

Soja, mesmo com queda na produção, mais uma vez liderou as vendas externas de Goiás em 2014, com 33,33% de participação, seguida de carnes, com 23,35%, e ferroligas (8,45%)

Dayse Freitas08 de janeiro de 2015 (quinta-feira)

Desempenho

Desempenho

 

Mesmo com queda nas exportações (- 0,89) e nas importações (- 8,69%), a balança comercial goiana fechou o ano de 2014 com superávit de US$ 2,56 bilhões, melhor resultado anual apresentado pela série histórica das estatísticas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

O saldo positivo, divulgado ontem pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação, apresenta crescimento de 16,25% na comparação com 2013 (veja quadro). O Estado fechou as transações internacionais do ano com exportações de US$ 6,979 bilhões e importações de US$ 4,419 bilhões.

O resultado do Estado se dá num momento em que a balança comercial brasileira apresenta déficit de US$ 3,930 bilhões em 2014, após 13 anos com saldos positivos. Segundo o MDIC, a última vez que a balança nacional registrou saldo negativo no ano foi em 2000, com déficit de US$ 731 milhões.

As exportações goianas participaram com 3,10% no total das vendas brasileiras ao exterior, e as importações contribuíram com 1,2% do total das compras internacionais do País. Neste cenário, o superintendente executivo de Comércio Exterior, William O’Dwyer, explica que Goiás contribuiu para que o resultado do Brasil não fosse pior. “O superávit da balança comercial goiana foi decisivo para que o déficit brasileiro não fosse ainda maior.”

EXPORTAÇÕES

No ano passado, 146 países serviram de destino para 900 produtos goianos. Mesmo com queda de 2,71%, a soja foi o produto mais comercializado, representando 33,33% do total das vendas. Em seguida destacam-se as carnes bovinas, suínas e aves com participação de 23,35%, ferroligas com 8,45% e milho que também sofreu queda, de 21,84%, mas participou em 7,91% das exportações.

A professora de economia internacional da UFG, Andrea Lucena, explica que a queda no preço de vários produtos no mercado internacional, especialmente as commodities, é o principal fator para a queda de 0,89% das exportações goianas. “Há impactos quando o preço de produtos cai. Pode haver aumento nas exportações em 30%, mas se o preço cai em 20%, o registro final será de queda”, explica.

IMPORTAÇÕES

Os produtos farmacêuticos lideraram as importações goianas pelo segundo ano consecutivo, com participação de 26,81% do total das compras oriundas de outros países em 2014. Em seguida, completam a lista os veículos automotivos (25,37%), máquinas e aparelhos mecânicos (10,79%), adubos e fertilizantes (10,22%), dentre outros. Os principais fornecedores de mercadorias para o Estado foram a Coreia do Sul (17,11%), Alemanha (15,11%), Estados Unidos (13,77%) e Japão (12,54%).

De acordo com Andrea Lucena a queda de 8,69% nas importações se deu devido à alta elevação do dólar que é a moeda utilizada para câmbio. “Quanto mais caro o dólar, menor será a importação. Além disso, empresários não têm expectativas positivas sobre o mercado nacional. E, esperam uma estabilidade econômica e política para comprar novos produtos e matéria prima”, explica.

EXPECTATIVA

Para 2015, William O’Dwyer afirma que uma das metas é expandir o mercado goiano, através do estreitamento com todas as regiões do mundo como a América do Norte, Europa, Oriente Médio, Ásia e África.

“Nossos produtos serão uma marca registrada no mundo. O nosso foco e desafio será subir uma posição no ranking nacional, avançando para a oitava economia do País, e aumentar nosso superávit”, diz.