Sucesso Internacional

Data 25 de janeiro de 2015

Fonte: Diário da Manhã

 

 

Fotos: Arquivo pessoal

Top model goiana se destaca no mundo da moda e acumula campanhas, ensaios e desfiles para as mais importantes marcas e grifes da atualidade

Diogo Teixeira, Da editoria DMRevista

Lorena Ghannam. Esse é o nome de uma das modelos goianas mais bem-sucedidas no mercado internacional de moda. Dona de um rosto que parece ter sido dese-nhado e um corpo fotografado pelos mais importantes profissionais do ramo, Lorena começou o ano com a agenda cheia de compromissos, desfiles, ensaios e editoriais de moda agendados para os próximos dias e meses, confirmando uma trajetória de 14 anos de sucesso.

A top, que atualmente vive em Shanghai, na China, já rodou o mundo e se destaca por ter trabalhado com as principais marcas e grifes de todos os tempos. Em seu currículo constam desfiles para Dolce e Gabanna, Giorgio Armani, Louis Vitton, Guess, Diesel, Max Co, Missoni, Miss 60, Lacoste, Fendi, Iceberg, Aimer, entre outras. Lorena também já fez catálogos e campanhas para Playboy Jeans, Levi´s, 7, Tuogu, Imi´s, Comfit, SC, Edressit, Harson, AEE, C&A, Cielblel, Iceberg, Blomor, Addidas e Guess.

Natural de Goiânia, a bela morena ingressou no mundo da moda por acaso. Apesar de ter manifestado ainda na adolescência o interesse por moda, ela queria ser médica. Em uma tarde de compras no shopping ela foi convidada pelo dono de uma loja para participar de um desfile. Ela topou o desafio e esse foi só o início de uma trajetória de sucesso.

Dona de uma carreira consagrada, Lorena já viveu e trabalhou em países como Estados Unidos, Itália, Turquia, França, China, Malásia, Filipinas e Singapura. Apesar de ter tido a oportunidade de conhecer tantos países e culturas, é do céu goiano e do cheirinho da comida da mãe que ela mais sente falta quando está longe de casa. Sim. A modelo faz questão de ressaltar que não esquece suas raízes.

Essa semana, Lorena conversou com a reportagem do jornal Diário da Manhã e contou detalhes sobre como foi o início de sua carreira, revelou quais foram os principais desafios que enfrentou logo que decidiu modelar, relembrou histórias curiosas e engraçadas de sua carreira, como da vez em que apareceu descalça em um casting após escorregar em meio a uma nevasca em Nova Iorque e se molhar dos pés a cabeça momentos antes de uma entrevista com ninguém mais, ninguém menos que Stefanno Gabanna. Confira as histórias e curiosidades sobre a vida dessa bela mulher!

Antes de ingressar no mundo da moda, Lorena queria ser médica

Antes de ingressar no mundo da moda, Lorena queria ser médica

ENTREVISTA COM A MODELO LORENA GHANNAM

DMRevista – Quando e como foi o início da sua carreira? Como você descobriu a profissão de modelo?

Lorena Ghannam – Sempre fiz teatro, jazz, sapateado e inglês como atividades extras. Minha aptidão artística sempre existiu. Sentia uma necessidade de me expressar em diversos momentos. Com a adolescência comecei a me interessar por moda e a consumir também. Aos 15 anos ouvi pela primeira vez de um profissional de moda que poderia ser modelo durante um workshop de televisão. Aos 16, concluindo o Segundo Grau escolar, ainda intencionada a fazer Medicina, fui ao shopping fazer compras na loja Colcci e recebi o convite do proprietário da marca em Goiás, Álvaro de Melo, para participar do famoso Flamboyant Fashion Week. Tratei como um presente desafiador, pois aquela seria minha primeira experiência dentro daquele mundo tão desejado por todos!

 

DMRevista – Quais foram os maiores desafios do início da carreira?

Lorena Ghannam – Por não ter sido um início programado e até mesmo sonhado, não tinha realmente noção de como seria meu futuro. De fato gostei, mas era um imenso risco trocar o certo pelo duvidoso. Minha família sempre foi bastante conservadora, árabe. Meu pai sempre procurou me proteger e preparar para ter um futuro brilhante. Tive uma educação maravilhosa e um lar estruturado. A pergunta era se havia motivo real para ingressar num meio até então conhecido pela loucura e superficialidade. A Medicina era referência familiar e uma aposta segura na minha vida. Só que por ironia, ou até mesmo rebeldia, acordei modelo. Entendi que ali começaria minha história. Mesmo sabendo da decepção inicial que causaria a todos. Meus pais, políticos, nunca tiveram preconceito com a exposição. Porém, o cuidado era tão grande que acabou gerando um conflito entre aceitar e apoiar. E, honestamente, hoje, com 14 anos de carreira, afirmo que isso me fez ser a modelo que sou! Pois minha luta maior foi provar em casa e não só em castings.

 

DMRevista – Quais países você já visitou e/ou morou? Conte uma dessas experiências.

Lorena Ghannam – Já trabalhei em Nova Iorque (EUA), Milão (Itália), Paris (França), Turquia, Tailândia, Taiwan, Filipinas, Malásia, Hong Kong, Singapura, Beijing, Shanghai e Guangzhou (China). Em Nova Iorque, como qualquer adolescente viajando sozinha, tinha bastante cuidado ao sair de casa, fazer amizades e perigo. Um belo dia fui a um casting em meio à nevasca e, quase chegando no endereço anotado, escorreguei e caí. Literalmente me molhei toda. Entrei no prédio e fui tirando casacos, toca e bota, pois temos que chegar lindas e de salto na entrevista. Quando o elevador abre no andar, dou de cara com uma sala com três pessoas conversando e um nome gigante escrito: Dolce e Gabanna! Não acreditei, pois um pé ainda estava descalço. Ri para não chorar! Uma daquelas pessoas era Stefanno Gabanna. Seis anos depois, em minha primeira temporada em Milão, tive a honra de ser contratada pela Dolce e Gabanna. Fui modelo de prova para novas peças de coleção além de desfiles VIP.

 

DMRevista – Como está sua vida atualmente? Onde está morando?

Lorena Ghannam – Atualmente estou morando em Shanghai, China. Devido a minha experiência e imagem conhecida, trabalho para grandes marcas chinesas há anos. Sempre venho fazer a temporada de campanhas e fashion week. Me sinto bastante valorizada e amada por aqui. A cultura chinesa me encanta. Claro que algumas peculiaridades deles ainda me surpreendem, mas tudo é uma questão de respeito! Faço meu trabalho com seriedade e respeito as pessoas que trabalham comigo e me considero uma pessoa humana e sensível. Acredito que todos enxerguem isso. Talvez até este seja meu segredo. Trago meu coração ao ambiente de trabalho e muito brilho. Faço aquela roupa parecer única na foto ou passarela. Tornei-me bastante segura com os anos e independente também. Afirmo, com toda certeza, que sou feliz! Amo cada segundo do que faço.

 

DMRevista – Qual a diferença entre o mercado brasileiro e o internacional?

Lorena Ghannam – No mercado internacional oferecem primeiramente um contrato. Existe um apartamento, transporte e mesada semanal para os modelos. Todo o faturamento será dividido no final do contrato. No Brasil, o modelo arca com as despesas antes do resultado. No exterior o padrão de beleza é amplo. No Brasil um pouco limitado, seguindo o que é ditado! Um modelo fashion nunca fará um comercial de cerveja, por exemplo, pois existe a interferência do padrão nacional. Lá fora, o diferente tem vez. No Brasil muitas vezes modelos são discriminadas pela ignorância popular. No exterior somos admiradas como estrelas. Um editorial nacional pode fazer um nome de uma modelo no Brasil. Lá fora será apenas mais um trabalho para somar no balanço final de faturamento.

 

DMRevista – Do que mais gosta e sente saudades quando está longe de Goiânia?

Lorena Ghannam – Quando estou longe sinto falta de olhar para o céu de lá, do cheiro da comida da minha mãe, de estar em casa aos domingos com minha família, do pastel do Silas (da Feira do Setor Coimbra), pamonha! Tudo! Nada tira minha raiz e minha memória. Nasci e vivi em Goiânia anos maravilhosos. Sinto falta das missas na Igreja Matriz de Campinas, de passear com os cachorros lindos do meu pai, de nadar no Jóquei e de beber uma cerveja em barzinhos com meus amigos!

 

DMRevista – Quais dicas você dá para as meninas goianas que sonham com a carreira de modelo?

Lorena Ghannam – Sempre que menciono minha origem, escuto elogios sobre a beleza goiana. Referência nacional. Uma modelo goiana se destaca pela simpatia, corpo exuberante, charme. A moda espera por isso. Não somos europeias esguias e pálidas. Somos mulheres com curvas e movimento. Minha maior dica é mostrar personalidade, saúde e feminilidade. Sejam vaidosas. Leiam sobre moda de um modo didático. Respeitem essa carreira sem temer o preconceito. Procurem agências de moda respeitadas. E, absolutamente, não façam nada que for contra seus princípios. Modelo não vende o corpo, mas, sim, a imagem!

 

DMRevista – Quanto tempo dura a carreira de uma modelo? O que você pensa em fazer quando deixar de modelar?

Lorena Ghannam – Uma carreira de modelo dura enquanto houver beleza. Todos buscam inspiração. E é isso que uma modelo vende! A pele tem que estar jovem, o corpo moldado, cabelo e dentes bonitos. Não existe regra de idade, já que lidamos também com genética. Enquanto uma modelo conseguir se manter fresh e disciplinada, ela continuará no mercado. No meu caso, por tantos anos estar envolvida no mundo da moda, penso em futuro ligado. Cursei Design de Moda na UFG e pretendo abrir minha empresa. Visando, claro, o mercado exterior também!

 

Recentemente, Lorena foi capa e recheio de um catálogo de moda na China

Recentemente, Lorena foi capa e recheio de um catálogo de moda na China