Casa onde viveu artista D.J. Oliveira segue abandonada em Luziânia, GO

Data: 08 de fevereiro de 2015

Fonte: G1/Goiás

Link da matéria: http://g1.globo.com/goias/noticia/2015/02/casa-do-artista-plastico-dj-oliveira-segue-abandonada-em-luziania-go.html

 

 

Imóvel deixou de ser cuidado após a morte do pintor, em setembro de 2005.

Projeto para restauração chegou a ser discutido em 2013, mas não avançou.



A casa em que viveu o artista plástico Dirso José de Oliveira, conhecido como D.J. Oliveira, em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, está abandonada há quase 10 anos. Todos os móveis, livros, objetos históricos e muitas obras de autoria dele que estavam no local estão destruídos. Um projeto para restauração chegou a ser discutido em julho de 2013, mas não avançou.

O casarão colonial, construído no século XIX, é tombado como Patrimônio Histórico de Goiás. No entanto, desde a morte do artista, em setembro de 2005, o local deixou de ser cuidado e, atualmente, serve de abrigo para moradores de rua e usuários de drogas, segundo os vizinhos. “Antes o nosso portão vivia aberto, mas agora tivemos que fechar tudo, colocar grades na casa toda, temos quatro cachorros grandes, tudo porque a gente fica com medo”, reclamou a dona de casa Sandra Oliveira.

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Natural de Bragança Paulista, no interior de São Paulo, D.J. Oliveira era pintor, cenógrafo, professor e figurinista. Ele se mudou para Goiânia em 1956 e, em 1973, seguiu para Luziânia, onde ficou até seu falecimento.

Algumas de suas pinturas, normalmente feitas em cerâmicas, permanecem expostas em painéis espalhados pela cidade. A capital também conta com obras do artista, como o mural do Colégio Maria Auxiliadora, na Praça do Cruzeiro, e o mural da Praça Universitária, onde fica o antigo prédio da reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Estragos

Na casa onde D.J. Oliveira vivia, as portas e janelas foram danificadas. Lá dentro, muita sujeira, como roupas velhas, latas de cerveja, garrafas e até um carrinho de bebê tomam conta de todos os cômodos. Até o piso de madeira foi arrancado. Sem poda, as plantas transformaram o quintal dos fundos em uma verdadeira floresta.

D.J. Oliveira morreu em setembro de 2005, em Luziânia, Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)D.J. Oliveira morreu em setembro de 2005, em

Luziânia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Na sala em que o artista costumava fazer a cerâmica usada nas suas obras, os objetos também foram danificados. No local, ainda é possível ver alguns potes de tintas deixados por ele.

O aposentado Doralino Alves, que era amigo do artista plástico e mora ao lado do imóvel há 30 anos, diz que ver a casa nessa situação causa “muita tristeza”. “É um sentimento ruim, pois ele [D.J.] era muito zeloso, cuidava da casa direitinho”, contou.

Restauração

Em julho do ano passado, uma restauração da casa foi orçada em R$ 800 mil. Na ocasião, a filha do artista, Valéria Oliveira, disse que a família não tinha verba para custear essa reforma e dependia da aprovação de um projeto que estava parado na Secretaria Estadual de Cultura. De lá para cá, quase dois anos se passaram e a restauração ainda não saiu do papel.

Procurada, a Secretaria Estadual de Cultura informou que a casa foi colocada à venda pelos familiares de D.J. Oliveira por um preço muito acima do valor de mercado, o que inviabiliza o procedimento de restauração.

 

Superintendente Estadual de Cultura, Aguinaldo Coelho informou que tentará uma nova negociação para que o imóvel possa ser adquirido pelo governo e restaurado. A ideia é que, posteriormente, o espaço seja transformado em um centro cultural para expor as obras do próprio artista.

A reportagem tentou contato com Valéria, mas ela não foi localizada para comentar o assunto.

Sala de casa usada por artista para criar obras está destruída (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Sala de casa usada por artista para criar obras está destruída (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Painel pintado por D.J. Oliveira está exposto no Centro de Luziânia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Painel pintado por D.J. Oliveira está exposto no Centro de Luziânia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)